Mr. Obama

A posse de Barack Obama, o novo presidente dos Estados Unidos, teve a repercussão, a cobertura da mídia, e os comentários dos jornalistas de todo o mundo em conformidade à importância que merece.

Ou seja, sob o ângulo da geopolítica mundial, e dos rumos da economia internacional, em parafuso, ela é um dos fatores estratégicos para que se possa analisar, compreender e fazer previsões sobre os próximos tempos.



Obama foi eleito presidente da maior potência da terra em meio a uma crise norte-americana de caráter multilateral. Em uma sociedade que se deu conta da intensa rejeição que sofre, perante os olhos do cidadão médio comum, nos cinco continentes.



Esse intenso isolamento não foi fruto de uma genial campanha propagandística e ideológica perpetrada por uma superpotência hostil. Não mais existe o antigo bloco soviético para que se possa atribuir a ele “todas as infâmias” dirigidas contra o governo do EUA.



A verdade é que essa nação navegou intrépida, fagueira e unilateral, nesses últimos vinte anos, em todos os sentidos. Dos caminhos loucos que tomou a economia internacional, em especial das finanças, à hegemonia militar inquestionável.



No entanto, ao mesmo tempo em que o poder norte-americano atingiu o clímax a que pode chegar um império na História da Humanidade, gestaram-se novas situações, internas e externas, que originaram a vertical e extensa crise em que se encontra.



Surgiram novos pólos políticos e econômicos, preenchendo um vazio na História. A União Européia avançou em sua intenção de constituir-se como campo institucional e da economia, incorporando mais atores à sua federação multinacional.



A China, hoje a terceira potência econômica do planeta, a Índia, a África do Sul, a Rússia, na busca de recuperar histórica liderança regional e imperial, e o Brasil configuram o embrião de um novo cenário de correlação de forças na geopolítica mundial.



A emergência desses países como líderes regionais, econômicos e políticos, de uma ordem internacional que vai se esboçando, é o novo elemento da recentíssima História, ao lado de uma velha Europa praticamente unificada.



Obama surgiu dessa realidade. É um projeto que busca reajustar uma força militar sem concorrência, reorganizar uma ordem financeira delirante, lastreada no dólar, a tentativa dos EUA em recuperar uma liderança mundial que ainda não perdeu. Trata-se de um presidente suprapartidário.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor