Na Baía de São Vicente

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Na mordaça do sono que se esgota com a manhã, em vigília, em torpor, percorro num vôo lúcido a superfície daquele mar preto.

Seu brilho metálico esconde pensamentos de outrora. Não só os meus. Quais seriam não importa, há um cansaço nas horas.

O peixe que reluta oxigênio e lodo não difere de mim aqui, estatelada nesta cama. Posso ver, como se o visse da janela que dá para a Baía de São Vicente. Acontece todos os anos.

Mergulho ao seu encalço para provar que a vida segue e os pensamentos se repetem diferentes, em tudo tão igual.

E estamos lá [o peixe] e eu, sugando as horas infindas que nos restam, enquanto o Mundo seguirá à nossa revelia.

Na Baía de São Vicente.

Vista da Baia de São Vicente da minha janela. Ao fundo, a Ponte Pênsil.

Vista da Baia de São Vicente (SP) em meus pensamentos, nesta manhã.

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