Nada do que foi será
A atitude do Juiz Federal de 1ª estância, Dr. Sergio Moro, na quarta feira dia 16/03 demonstrou nitidamente que a partir dali, ele fez uma opção pela política. Deixou de lado toda a desfaçatez habitual, embora, amigo do candidato do PSDB a Prefeitura de São Paulo, tenha participado a exaustão de seus eventos na ONG golpista e empresarial LIDE, procurava sempre aos olhos dos desatentos aparecer como um justiceiro legalista.
Publicado 21/03/2016 11:34
Ao produzir e protagonizar em conluio com a Rede Globo e afiliadas a cena do grampo, dizem que até dinheiro há no meio,se decidiu na prática por tentar se cacifar como provável candidato das elites e direita a assumir o governo no País. É óbvio que isso é um processo de preparação que leva mais algum tempo, mas do jeito que as coisas andam, podem ser meses.. E a julgar pelo esforço da mídia de insistentemente ignorar todas as citações e informações incriminando o Aécio e mesmo assim o prestigio eleitoral dele, baseado, no natural recall eleitoral, começa a desmoronar paulatinamente, a opção do Moro tende a se viabilizar.
Mas a política não é uma ciência exata, aliás nem ciência é integralmente, acho que é mais arte. De qualquer sorte as coisas são dinâmicas e de desfecho imprevisível. Contudo a semana passada foi mais uma dessas em que o Governo da Presidente Dilma e do PT, saiu mais uma vez perdendo. Aliás a vida da Presidente não tem sido fácil, as dificuldades políticas crescente, parecem ser momentaneamente, superiores a capacidade de mobilizar a resistência, que é razoável, após a constatação dos pujantes atos da ultima sexta-feira pelas cidades do Brasil.
No entanto a esquerda séria e conseqüente, ao mesmo tempo em que resiste e mobiliza a resistência precisa ir além dos fatos cotidiano para buscar uma saída estratégica para o impasse por qual passa a nação. Reconhecer os erros e equívocos, que é uma coisa difícil, pois a história da esquerda mundial raramente, muito raramente, registra autocrítica. Sempre haverá um ou outro dirigente pronto a dizer que não é o momento. Mas o fato é que há necessidade de se avaliar com profundidade as razões concretas, filosóficas e históricas do fracasso do PT. O encerramento de um ciclo me parece evidente e achar que a solução será Lula em 2018, como pensa e trabalha parte considerável do PT, e, talvez, o próprio Lula, é apequenar a solução para o problema complexo que estamos enfrentando.
Os caminhos são tortuosos e cheios de armadilhas é verdade. Mas se apoiar exclusivamente em palavras de ordens e bandeiras que mistificam a condição de liderança de Luiz Inácio Lula da Silva é no mínimo insuficiente.
Imaginemos que estamos em uma luta de boxe com doze rounds. Nós que, de certa forma compomos o campo do “governo”, estamos nas cordas, perdendo por pontos já estamos no décimo assalto. Só há um jeito de ganhar a luta! Por nocaute. Força para nocautear o oponente não acho que no momento tenhamos. Só nos resta duas opções: resistir e perder por pontos os assaltos que nos resta ou jogar a toalha e entregar os pontos restantes e nos manter vivos, bastante machucados, mas vivos. Em qualquer uma das situações teremos que ter um objetivo estratégico para que a ação tática pretendida tenha norte.
Pensar , refletir, aglutinar forças vivas e atuantes da intelectualidade política brasileira é fundamental. E tentar “correr” e nos capacitarmos já que, sem ser nostálgico, não temos entre nós, infelizmente, quadros, como João Amazonas, Brizola, Darci Ribeiro, Arraes, Milton Santos e Aziz Ab Saber entre outros, que nos fazem falta.
A solução é mais, bem mais do que construir uma agenda. É pensar que país nós queremos construir? Se nós queremos construir uma nação forte e desenvolvida ou se, iludidos pela condição temporal de conquistarmos governos, seremos tragados pelo pragmatismo eleitoral que nos aprisiona e desvirtua de princípios.