Nada vale a pena se a alma for minúscula

Com esse desgoverno ultraliberal, que governa apenas para os muito ricos e pelos interesses imperialistas dos Estados Unidos, o que menos se vê é o respeito à vida, à dignidade humana

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Parafraseando a famosa frase do grande poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, digo que nada vale a pena se a alma for minúscula, como é o caso do ocupante do Palácio do Planalto e de sua equipe.

Digo isso porque o ministro da Saúde – pasmem – Marcelo Queiroga repetiu uma frase do presidente Jair Bolsonaro para justificar a atitude do desgoverno em desrespeitar as normas sanitárias determinadas pela ciência, insistentemente.

Queiroga afirmou que “às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade”. Insanidade completa. Alguém pode ser livre morto? Não compete a um ministro da Saúde, de qualquer país, zelar pela saúde de seu povo? Essa frase poderia ser dita por servidores públicos, caso do presidente e de seu ministro?

São muitas perguntas com resposta óbvia: não. Um ministro da saúde nunca poderia vir a público desejar a morte de ninguém, muito menos um presidente. Ainda mais numa época destas, na qual a maior data de festejo dos cristãos se aproxima e o espírito natalino deveria estar incorporado em todos os corações e mentes. Jesus Cristo pregou o amor, o bem comum, o compartilhamento, a divisão dos pães.

E o que vemos acontecer no Brasil? O desprezo pelo bem maior de todas as pessoas: a vida. Com esse desgoverno ultraliberal, que governa apenas para os muito ricos e pelos interesses imperialistas dos Estados Unidos, o que menos se vê é o respeito à vida, à dignidade humana.

O presidente destrói o Estado nacional, acaba com as indústrias, com os pequenos e médios agricultores e empresários. Libera insistentemente o uso de agrotóxicos, muitos proibidos nos países ricos. Não respeita os povos indígenas e suas terras, menospreza os quilombolas e seus direitos. Ataca o movimento sindical para minar a resistência a essa destruição de uma nação, sem o menor pudor.

Corta verbas da educação básica, das universidades federais, da ciência e da pesquisa. Menospreza a inteligência e o desenvolvimento científico necessário para a soberania nacional e para o desenvolvimento econômico com justiça social. Um desgoverno que é um verdadeiro entrave aos interesses nacionais.

Muito importante prestarmos atenção, por isso, nas eleições do ano que vem. São vários candidatos da mesmice. Da continuidade da destruição do Estado e dos interesses de quem só tem a força do trabalho para sobreviver. O governador de São Paulo, João Doria é um deles. Basta ver a sua gestão no estado. A educação pública claudica porque o secretário de Educação do estado, é claudicante.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O estado mais rico da nação vê milhares de seres humanos pelejando pelas ruas, sem moradia, com fome. Aliás, o Brasil tem mais de 20 milhões de pessoas famélicas e a culpa não é da pandemia. É sim dessa política errada, contrária aos interesses do país e de seu povo. E Doria vai na mesma toada. Tanto ele quanto o juiz parcial Sergio Moro, que destruiu diversas empresas nacionais com o argumento de combater a corrupção e se mostrou ainda mais corrupto e serviçal aos interesses do sistema financeiro internacional.

Mas renova-se a esperança. Nas eleições de 2022 devemos depositar nossas esperanças em alguém que possa nos recolocar no caminho do desenvolvimento com valorização do trabalho. Com respeito à dignidade humana, à educação, à saúde, à cultura, ao esporte, à agricultura familiar, às empresas nacionais e promova o trabalho decente.

Crianças e jovens na escola, a pesquisa e a ciência se desenvolvendo, adultos trabalhando, idosos respeitados e todas as pessoas tendo o direito de se expressar e pensar livremente. Que a alma de todas as brasileiras e brasileiros possam ser gigantes para pôr fim aos retrocessos e ao desprezo à vida e à inteligência.

A grande alma do povo brasileiro vemos na figura do menino Gabriel, de apenas 12 anos, e sua alegria ao encontrar uma árvore de natal jogada num lixão no Maranhão. É no brilho dos olhos desse menino que renovamos a nossa crença no futuro.

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