“Não Olhe Para Cima” e qual o sentido da vida?

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Foto: Divulgação

O filme “Não Olhe Para Cima”, que estreou na plataforma Netflix, permite ao telespectador fazer várias interpretações. Uma delas é o controle que as redes sociais exercem sobre as pessoas, por meio das chamadas Big Techs – grandes empresas de tecnologia e os seus algoritmos. Também é abordado o poder de manipulação da imprensa, muitas vezes comprometida apenas com os seus interesses econômicos. Contudo, a mensagem mais importante é a ganância do homem que, mesmo diante de uma catástrofe mundial, preocupa-se apenas com o lucro.

No filme, o ator Leonardo DiCaprio interpreta o cientista Randall Mindy que descobre, com a ajuda da sua colega Kate Dibiasky, interpretada pela atriz Jennifer Lawrence, um cometa que está em rota de colisão com o Planeta Terra. O impacto causará a extinção da humanidade.

A partir dessa descoberta, os dois cientistas tentam avisar de todas as formas as pessoas sobre o risco iminente. Porém, sem sucesso. Vários interesses financeiros surgem no caminho dos dois. Essa visão capitalista, no filme, tem como exemplo a indústria de comunicação de massas.

O bilionário Peter Isherwell surge na trama, interpretado pelo ator Mark Rylance. Dono de uma plataforma de tecnologia, ele envia para o espaço vários robôs para destruir o cometa.

Porém, a sua verdadeira intenção é lucrar com a tragédia. Ele descobre que o cometa contêm vários elementos minerais de grande valor como ouro e diamante.

O magnata das comunicações consegue chefiar a missão espacial graças ao apoio da presidenta dos EUA, interpretada pela atriz Meryl Streep. Aqui, vale também outra reflexão que o filme apresenta: a visão de dominação que o país estadunidense procurar exercer em relação às outras nações do mundo.

No filme, a presidenta dos EUA ignora o apoio de outros países (China e Índia) para ajudar na missão espacial de salvar o planeta.

O filme ainda destaca alguns valores como a solidariedade, o amor, o perdão e a fé na luta por um mundo melhor. Tudo isso com uma boa dose de humor.

Não Olhe Para Cima é lançado num momento em que o Brasil e o mundo vivem várias catástrofes ambientais. Na Bahia, por exemplo, de acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), divulgados no domingo (26), são 72 municípios em estado de emergência e 52 cidades submersas pela chuva.

Nessa quinta (30), o número de mortos subiu para 24, desabrigados já chegam a mais de 37 mil e desalojados quase 54 mil pessoas. O número de atingidos passa de 630 mil pessoas.

A comparação do filme com o atual governo do genocida Bolsonaro é outro aspecto que tem sido apontado nas redes sociais. Nessa semana, o presidente Jair Bolsonaro recusou a ajuda de profissionais argentinos na Bahia e, após sobrevoar algumas áreas, voltou para os seus passeios de jet ski. Na pandemia, Bolsonaro negou a ciência e as vacinas. O país contabiliza hoje quase 630 mil mortos.

No meio ambiente, o Brasil registra hoje recorde de desmatamento e queimadas. O número de terras indígenas invadidas também aumentou, assim como os assassinatos de trabalhadores rurais.

Diante de tantas catástrofes sociais, sanitárias e ambientais (tsunamis, terremotos, secas e tempestades), cada vez maiores no mundo, cabe a pergunta? Para onde caminha a humanidade?

No livro “A Era da Certeza”, escrito pelo economista J. Carlos de Assis, o autor procura oferecer algumas pistas a partir da análise das propostas apresentadas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante o seu discurso na Conferência Climática da COP26.

O autor aponta várias contradições entre a fala do presidente dos EUA e a política externa do seu país. “A nova política externa dos Estados Unidos ainda não encontrou um rumo em suas relações com as outras potências, sobretudo Rússia e China”, avalia Assis.

Sobre as comunicações, o autor comenta: “No universo de informações simultâneas, à velocidade da luz, em que mergulhamos na era da informática, as pessoas terão grandes dificuldades de ordenar suas percepções da realidade sem uma orientação segura”.

Ainda sobre a tragédia na Bahia, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) convoca todos(as) a participarem da Campanha Viva a Vida com Solidariedade em

apoio às famílias desabrigadas e desalojadas. Nessa nova fase, o objetivo é reunir mil colchões para as famílias necessitadas.

Quem puder doar qualquer quantia em dinheiro, os depósitos podem ser feitos através de PIX ou depósito bancário para:

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) PIX – CNPJ: 09.328.728/0001-11 Banco do Brasil

Depósito | Transferência CNPJ: 09.328.728/0001-11 Caixa Econômica Federal Agência: 2903 Conta Corrente: 320-3

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