O dilema de Alckmin

O candidato do PSDB/PFL vive seu inferno astral. Estacionado nas pesquisas ele abandonou o Nordeste pela escassez de apoios, suspendeu os comícios por falta de público e ainda tem que suportar insultos dos próprios aliados.

ACM, cacique chefe do PFL, debocha da condução da campanha e diz que “esse negócio de proposta é bobagem”. Sua receita é “baixar o nível”.



A colunista Mirian Leitão, após concluir que a situação de Alckmin é crítica, em decorrência de sucessivos erros de campanha, a começar, segundo ela, pela escolha do candidato, defende abertamente que Alckmin parta pro ataque contra Lula.



Admite que é inútil polemizar dados, pois as realizações do governo Lula são superiores as de FHC. Com pose de marqueteira ela recomenda, portanto, que Alckmin concentre seus ataques nas contradições do governo Lula no terreno da ética.



Alckmin atendeu parcialmente a recomendação de seus “marqueteiros”. A recente pesquisa do Data Folha revela que a tática não surtiu efeito. Lula foi a 51% e Alckmin estacionou nos 27%.



Desesperado, ele pode tentar “subir o tom”, mas aí, certamente, haverá revide. Terá que explicar os escândalos das privatizações, da compra de votos para a reeleição, as CPIs enterradas na gestão FHC e as 69 que ele próprio “sepultou” na ALE de São Paulo. Sem mencionar a paternidade do valerioduto e o fantasma dos “sanguessugas”, que além de Deputados e Senadores, acaba de alcançar nada menos do que 16 prefeitos do PSDB e PFL, inclusive o campeão de todos eles: o pefelista José Aparecido dos Santos, de Nova Marilândia, MT.



Não é difícil compreender porque Alckmin não se entusiasma com a hipótese desse debate. Mas Lula é quem mais teria a perder, argumenta a colunista. O PT talvez, Lula dificilmente.



Ademais, após esse “tiroteio”, o PSDB poderá até perder a 2a posição para Heloisa Helena.


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Esse é o dilema de Alckmin.

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