O Discurso

Defendeu, em outra entrevista, o aumento dos índices de crescimento nacional em patamares acima de cinco por cento. Enfatiza a continuidade dos programas sociais, queda nas taxas de juros, fortalecimento do mercado interno, possibilitando a geração de emprego e renda.

O segundo governo Lula possui características distintas do anterior. A base eleitoral do principal mandatário do país foi testada, submetida à prova de extremo confronto ideológico, enfrentando abertamente a oposição dos oligopólios da grande mídia nacional, conferindo aos 52,8 milhões de votos obtidos, uma rara dimensão política na história republicana brasileira.

Um amplo leque de alianças, bem mais nítido que o do primeiro mandato. Além das forças de esquerda, o PMDB aliado ao presidente, saiu das eleições como a maior bancada do Congresso Nacional. O que representa a possibilidade de uma coalizão mais consistente.

Além disso, vinte, dos vinte e sete governadores eleitos, declararam apoio ao novo governo. O que sinaliza, inclusive para os governadores de oposição, as premissas extremamente favoráveis a um pacto federativo conseqüente, justo.

Já a derrota das oposições suplantou o aspecto eleitoral. Assume caráter político marcante, por todos os condicionantes que surgiram antes e durante a campanha encerrada em 29 de outubro passado. Houve por parte da sociedade brasileira, uma espécie de referendo sobre que tipo de projeto nacional deseja para o país.

Os que declaram a vitória de Lula unicamente em função dos programas sociais, estão equivocados ou em má fé. A votação do presidente reeleito foi distribuída por todos os segmentos sociais, incluindo a classe média.

 
Quando se afirma que Lula enfrentará debates intensos sobre os rumos do futuro governo, junto aos aliados, em âmbito partidário, não é inverídico declarar que as oposições encontram-se atônitas porque chegaram a um impasse político, programático e estratégico.

Enfim, o Brasil saiu das urnas, após o segundo turno, melhor e qualitativamente diferente.