O governo Lula e o cinema

As novas perspectivas para o cinema brasileiro no novo governo Lula e a Master Class do cineasta Abdellatif Kechiche

Lula foi descansar na Bahia, terra de Glauber Rocha e onde começou o Cinema Novo, o maior movimento cinematográfico já acontecido em nosso país. Certamente, alguém ligado a cinema pode tê-lo encontrado e alguma conversa pode ter começado para o que deve acontecer agora com a nova administração, em torno do movimento cinematográfico. Tudo poderá acontecer nesses próximos quatro anos, a partir, pode ser da terra do novo Presidente, pois aqui temos hoje o mais famoso dos últimos anos, o cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho.

No Brasil, tudo recomeça de tempo em tempo. Assim, depois da devastação bolsonarista, terá que haver um recomeço. E claro que um recomeço sempre trará coisas novas. Alguma repetição, mas o pessoal de cinema terá que encontrar novos caminhos e o cinema financiado pelo Governo terá que ser uma fórmula reestudada. E será claro.

Tragédias como o desprezo terrível a que foi jogada a Cinemateca Brasileira, certamente, serão reencontradas maneiras de desfazê-las. O fato de Lula gostar de cinema será fundamental, inclusive para que os cineastas brasileiros possam abrir caminhos para as coproduções. Algo que hoje é fundamental no desenvolvimento do cinema não industrial, mas ao mesmo tempo industrial.

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E também o fato de termos um governo central que cuida da produção cinematográfica, cria condições para que os governos estaduais também cuidem melhor do cinema. Nesses próximos quatro anos, a produção cinematográfica deverá se desenvolver muito no país todo, e claro que Kleber terá ou poderá ter muita influência nisso. Ele criou essas condições certamente.

Aqui da minha toca em Olinda, espero continuar a acompanhar o desenvolvimento do nosso cinema, inclusive não só em relação à produção de filmes, mas por exemplo de um núcleo que consiga colocar o cinema brasileiro dentro da internet. Uma Netflix especial própria do cinema brasileiro. Seria especial.

Olinda, 02. 11. 22

Master class de Abdellatif Kechiche

Cineasta Abdellatif Kechiche | Foto: Divulgação

Uma boa matéria que li no Le Monde foi sobre o cineasta franco-tunisiano Abdellatif Kechiche. Esse cineasta tem um nome árabe bastante estranho para nós, mas não é tão estranho, pois inclusive em 2013 ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes com o filme “La vie d’Adele”. E seu filme mais reconhecido parece ser “Mektoub, My love”.

A matéria começa sobre a Master Class no Festival Cinemed que aconteceu em Montpellier na França, e não é um resumo da aula, mas comentários em torno da vida de Abdellatif Kechiche, lembrando que fazia dois anos de silêncio do cineasta, e lembrando também episódios havidos em torno de uma acusação de assédio sexual do cineasta. Inclusive, durante a Master Class, um grupo de feministas fez provocações entrando e saindo na sala.

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Embora a França não tenha uma grande indústria de cinema, lá pousam muitos bons cineastas, e moram e fazem grandes filmes em estilo ‘independente’. Inclusive brasileiros.

Olinda, 31. 10. 22

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