O “líder do exército oposicionista” afronta o Brasil democrático

O candidato derrotado à Presidência da República, Aécio Neves, encenou uma exibição de cura da ressaca do seu retumbante fracasso. Promoveu seu retorno a Brasília, como se fora uma volta triunfante a uma casa, o Senado, em que é muito pouco operoso.

Aécio arrebanhou uns filiados do PSDB, contratou fogos de artifício e pôs a sua assessoria de imprensa a trabalhar a pleno vapor.

Acompanhado por essa trupe, subiu a rampa da chapelaria do Senado, porque o povo o interditou de subir a do Planalto. Com a agressividade de sempre, afirmou que não pretende dialogar com o governo da presidenta Dilma Rousseff e se autoproclamou “líder do exército da oposição”. Rematado farsante, investiu-se da condição de "vitorioso", quando efetivamente é um derrotado político, sem mais nem menos.

A postura beligerante de Aécio é condizente com os episódios ocorridos nos últimos dias, desde a proclamação da vitória da presidenta Dilma Rousseff, em 26 de outubro. As forças conservadoras e neoliberais estão dispostas ao tudo ou nada na oposição à presidenta reeleita. Para os derrotados têm valido os apelos ao golpe, a demanda jurídica por uma auditoria no sistema de votação e apuração, rechaçada pelo Judiciário, as diatribes do guru FHC e as pressões da mídia para que a presidenta reeleita nomeie um ministro da Fazenda maleável ao “mercado”, leia-se a oligarquia financeira.

Aécio quer pescar também nas águas turvas de um setor do PMDB hostil ao Planalto, com o qual pretende formar o “centrão”, na verdade a direitona parlamentar.

O candidato derrotado afronta o Brasil democrático, quer fazer chicana com a decisão popular.

Mas, não serão as proclamações de Aécio e seus aliados do PSDB e demais partidos direitistas que assustarão as forças progressistas. Nesta segunda-feira (3), o Partido dos Trabalhadores reuniu sua Executiva Nacional, que propôs a mobilização nacional pela realização do programa vitorioso nas urnas.

Por seu turno, o governador do Ceará, Cid Gomes, que elegeu seu sucessor, em audiência com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto nesta terça-feira, propôs a formação de uma frente de partidos de esquerda e centro-esquerda para reforçar a base de sustentação do segundo governo da presidenta.

No início da noite manifestantes do campo progressista foram às ruas lutar pela reforma política democrática.

Enquanto isso, o PCdoB está preparando a reunião do seu Comitê Central, que se realizará dias 14, 15 e 16 em São Paulo, onde os comunistas reforçarão a luta pelas reformas estruturais democráticas.

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