O mundo a favor de Cuba

O bloqueio econômico, como se sabe, é uma imposição política e ideológica dos Estados Unidos da América e teve início no governo John F. Kennedy há 45 anos atrás. Tem como objetivo impedir que qualquer país do mundo mantenha relações comerciais com Cuba e os EUA retaliam que ousa contrariar tais imposições. É uma aberração sob qualquer ótica de análise e expõe, de forma grotesca, a incoerência do “livre mercado” tão apregoada pelos Estados Unidos.

Não é a primeira vez que a ONU aprova resoluções com tais recomendações. E não será a última vez que o império americano as ignorará solenemente, numa clara demonstração de arrogância e intolerância.

O desprezo que os EUA demonstram para com os organismos multilaterais, como a ONU, os tem levado, todavia, a um profundo isolamento e cria condições reais para que se possa, a partir de uma ação coordenada, alimentar a expectativa de um novo ordenamento político.

Na presente votação o isolamento dos Estados Unidos foi quase absoluto. Dos 188 países presentes à assembléia, 184 votaram pelo fim do embargo. Apenas EUA, Israel, Palau e Ilhas Marshall votaram contra a resolução da ONU.

Palau e Ilhas Marshall são ilhotas na Micronésia que mantém Acordo e Tratado de Livre Associação com o governo dos EUA. Na prática são uma espécie de protetorado dos Estados Unidos da América, de onde se conclui que a exceção de Bush ninguém mais concorda com esse estúpido bloqueio.

Se ainda houver algum senso crítico em qualquer mandatário americano eles terão que concluir que o mundo não votou contra eles. O mundo votou a favor de Cuba, da liberdade e do direito de qualquer país manter relações políticas e comerciais com quem bem entender.

A associação entre países não é obrigatória e os EUA, a seu julgamento, tem o direito de não manter relações comerciais com Cuba, o que não pode fazer é obrigar os demais países a cumprirem os seus objetivos.