O mundo da Copa

A África esta em festa. Encerrou-se a copa mais popular da história. Vencendo preconceitos e intolerância o exemplo de organização e beleza fizeram da 19ª Copa do Mundo de Futebol um sucesso.

O mundo hoje conhece mais a África do Sul e o continente africano. E isso teve seu ápice quando adentra o gramado do magnífico Soccer City, a figura legendária de Nelson Mandela, símbolo maior da luta contra o preconceito e pela união de um país.

Entretanto em campo mais uma vez foi confirmada a superioridade européia. O futebol mostrado não trouxe novidades e tão pouco beleza. A Espanha, enaltecida pelo mundo com o novo futebol arte esta longe de sê-lo. Pelo menos nisso os catalães têm razão. O futebol apresentado de toques excessivo de lado foi o melhor apresentado e mereceu o titulo.
Mas a Europa mostrou-se mais competente do que os sul-americanos nas disputas deste tipo de competição.

Mais uma vez dos quatros semifinalista três foram do velho continente. Sendo que o 1º, 2º e 3º lugares ficaram com a Europa.

Mas onde está explicação para isso? Na verdade a Europa atrai para os seus times milionários, alguns subsidiados pelos governos os melhores jogadores do planeta. Compram na África, na América Latina e até dos Estados Unidos.

Fazem por conta disso os campeonatos mais disputados e terminam por meio que padronizar prática de Futebol onde se privilegia a força e condição física e detrimento dos talentos.

Lembrem como estavam “europeizadas” as seleções africanas. Todos fortes fisicamente, velozes, mas sem aquela magia dos dribles, do gol abusado, da jogada de efeito, da plástica.
E não poderia ser diferente. Seleções inteiras entravam em campo tendo seus jogadores titulares e até os reservas jogando na Europa. Veja o exemplo do Brasil? Todos jogando na Europa. Do goleiro à ponta esquerda jogam há anos por lá, vários jogam há décadas no continente. Então neste contexto a Europa e seu futebol que é realmente eficiente, levam vantagens.

A Seleção Brasileira

Considerando tal contexto o Brasil não fez feio. A grande mídia em particular a rede Globo faz um carnaval, vende uma fantasia de olho é claro nos seus patrocinadores e na grande audiência televisiva que a Copa tem no Brasil e no mundo todo.

Com seus comentaristas mágicos e experts destilam ensinamentos táticos, que nada tem a ver com a realidade mostrada em campo. Transformam um lance em noventa minutos de jogo como algo fantástico e “satanizam” um atleta por conta de um lance infeliz.

O Futebol mostrado pela seleção não tinha a qualidade que se vê normalmente nos jogos envolvendo clubes brasileiros ou mesmo seleção com a de 2006.

Mas foi um bom time, com um padrão de jogo definido. Que jamais soube sair da marcação acirrada dos adversários. Algo que não começou com o Dunga. Todas as nossas seleções depois de 1982 e 1986, tinham dificuldade de sair de uma forte marcação. Os nossos jogadores em sua grande maioria são estrelas e celebridades não admitem na prática uma marcação mais dura, caem toda hora e são mestres em reclamar do juiz.

Mas o Brasil perdeu da Holanda jogando bem, pelo menos uma parte do jogo. E isso é absolutamente normal. Perder da Holanda, da França, da Itália é normal, pois é um clássico como é Alemanha e Argentina, Holanda e Espanha, França e Itália.
Nós perdemos como poderíamos termos ganho.

Uma derrota que não deve ser encarada como uma catástrofe, mas como uma situação normal de uma disputa. Por isso tornar Felipe Mello como o responsável pela nossa volta antecipada ou mesmo dizer que em 2006 o culpado foi Roberto Carlos é a forma achada pela mídia para justificar as besteiras que seus comentaristas, cronistas disseram.

As Estrelas

Uma coisa me incomoda no futebol e nas copas por quê os craques mais badalados e mais bem pagos do mundo geralmente não se apresentam bem nas Copas ou em competições curtas como esta?

Acho que são duas coisas diferentes. Um é o cara jogar um ano por um time, todo domingo, conviver com os companheiros, conhecer, conversar e ter amigos. Jogar um jogo ruim hoje e jogar dois bons, já dá uma média boa. E na Copa não, são só sete jogos. E como geralmente os famosos são mais estudados, também, são mais marcados. Todos nós sabíamos desde antes da Copa que Robben ponta da Holanda. Corria pela ponta “cortava” para o meio e chutava de perna esquerda. Como todo mundo sabia disso, facilmente foi marcado pelas seleções de nível como O Brasil, Uruguai e Espanha.

A outra coisa é que a pressão é imensa, dentro e fora de campo. O cidadão não “respira” holofotes e microfones em cima. Nem sempre eles tem que se preocupar apenas com o jogo. Às vezes tem que se preocupar com a aparência (olhando para o telão, como o Cristiano Ronaldo) e mesmo com sua performance individual para que após a Copa quem sabe possa ganhar mais e mais. Isso tudo termina ao fim como fiasco.

Messi, Fernando Torres, Cristiano Ronaldo, Kaká e Robinho são exemplos de jogadores badalados que não fizeram absolutamente nada na Copa e acho que nem nas próximas.

Espero que ao menos na próxima Copa aqui no nosso país tenhamos técnicos e jogadores que joguem como brasileiros e latinos, pois, excetuando-se 1994, todas as vezes que nós ganhamos foi jogando Bola.

Que venha 2014!!!

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