O passado recente

A morte do ditador chileno Augusto Pinochet, provocou centenas de reportagens em todo o mundo. Governou o Chile, durante todo o regime de terror, com mão de ferro.

Responsável direto pelo bombardeio do palácio presidencial e o conseqüente assassinato do presidente Salvador Allende, que defendeu com a própria vida a legalidade de um mandato conferido pelas urnas.


 



Seguiu-se uma das mais brutais repressões contra todos e tudo que representasse os direitos sociais, a soberania e a liberdade de um povo. Milhares de chilenos, em diáspora, espalharam-se pela Europa e nações das Américas. Neruda, o poeta da esperança, gravemente enfermo, em poucos dias sucumbiu de tristeza e horror.


 



Até hoje o Chile vive com as chagas da brutalidade como uma cicatriz aberta, jorrando sangue. O golpe no Chile foi anunciado, premeditado friamente. As imagens da época e a farta documentação demonstram de maneira irrefutável a ingerência direta dos EUA, no episódio dantesco que a História jamais esquecerá.


 



A nação chilena avançou penosamente rumo à democracia através de um dolorido pacto de transição. Hoje, possui uma mulher socialista na presidência da Republica. No entanto, a sociedade continua vivendo sob uma polarização explícita.


 


   
Nós vivenciamos também o arbítrio, anos de chumbo. Através de grandes movimentos de massas como a campanha da Anistia, as Diretas Já, a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, mobilizando as maiores concentrações populares da nossa História, encontramos a nossa própria via para a democracia.


 



Presenciamos muitas coisas boas e outras ruins. Alguns corpos insepultos, desaparecidos, outros sem assassinos culpabilizados. Mas a verdade é que vencemos o arbítrio.


 



No dia 16 de dezembro, há trinta anos atrás, três membros da direção nacional do PCdoB foram brutalmente trucidados no episódio conhecido como a Chacina da Lapa, bairro de São Paulo. Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e Batista Drummond. Os mártires foram reverenciados em ato na Assembléia Legislativa paulista.


 



Lembrando que a atual democracia precisa ser regada como uma planta rara. Conquistada através de vidas preciosas. Exercendo a grande política com a generosidade que a História exige.

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