Os Maribondos do Maranhão

Com alegria recebi o convite para voltar a escrever neste espaço. Aqui no portal comecei em 2001, escrevendo sobre esporte, samba e capoeira. Foram muitos anos e muitas mudanças. Por motivos alheios a minha vontade deixei de escrever para o “Vermelho” por um bom tempo mas agora reorganizado vai dar pra encarar esta agradável “tarefa”.

Não gosto de escrever sobre política(embora minha primogênita diga que eu só escrevo sobre) porque aqui neste portal, muita gente boa escreve sobre o tema. Muitos colunistas e analistas talentosos e competentes desfilam todos os dias por estas paginas analises complexas e profundas que abastecem os que como eu são ávidos por ampliar os conhecimentos. Mas é evidente, que a política e minha visão de mundo estão sempre presentes em meus humildes textos. Este ano tem muito assunto. Afinal teremos a Copa do Mundo, que atacada pela maioria da mídia nacional, sofre uma verdadeira sabotagem por parte de alguns jornais em especial um diário paulistano de grande tiragem e de uma plumagem conhecida. O outro órgão que ataca toda e qualquer manifestação de altivez e de confiança e de qualquer chance de elevação da autoestima de, nós, brasileiros que o semanário americano, escrito em português que a “revista” Veja! Teremos também o III Co ngresso Nacional Unitário de Capoeira que deve movimentar como nunca corações e mentes desta arte/luta/esporte que insiste em resistir aos ataques e preconceitos que sofreu e sofre ao longo dos séculos. Mais do que isso alguns tentam resgatar, através de ações mobilizadas e organizadas, a unidade e articulação indispensáveis ao reconhecimento pelo Estado brasileiro, desta arte brasileira criada pelos escravos na luta pela liberdade.

Há também no terreno do ritmo mais brasileiro de todos: O Samba, muito debate, muita polêmica como a destacada pela grande Beth Carvalho, quando corrige, com autoridade as palavras proferidas pelo global Tiaguinho, que nem sabe o que diz. Assuntos é que não vão faltar. Mas quero iniciar a minha participação escrevendo sobre um tema político.

Sobre a situação envolvendo o lindo e pobre estado do Maranhão. Estado que, embora a governadora diga com razão, ele está “mais rico” apelando para o ultimo dado do IBGE de 2011, que mostra enquanto o PIB nacional cresceu 2,7% o do ,agora “rico”, estado cresceu extraordinários 10,3%. Embora os dados numéricos sejam verdadeiros eles não revelam nem de longe tudo que ocorre e nem tudo que precisa ser revelados. O estado dirigido há mais de 50 anos pelos Sarney(s) tem a pior renda per capita do país. Pelo PNUD, a taxa de extrema pobreza no Maranhão atinge o numero de 22,5% da população. 96% das casas maranhenses não tem saneamento básico e quase um quinto do povo do estado acima de 15 anos, isso mesmo. 15 anos, não sabem nem ler e nem escrever.

Aliás a situação do estado é denunciada não é de hoje, pelos combativos e heroicos oposicionistas do clã , que lá reina, onde se destaca os comunistas tendo a frente o líder nas pesquisas de intenções de votos para as eleições que se avizinham por lá. São mais de meio século de direção no estado que tem como saldo tudo isso aqui descrito e muito mais.

Ocorre que ultimamente a mídia do sul tem dado destaque exagerado e provocativo aos fatos graves ocorridos nas penitenciárias do Maranhão, onde se destaca “Pedrinhas”. Claro que rebeliões existem no país e em vários estados, muitas delas, inclusive em São Paulo, onde existe um verdadeiro estado paralelo que coordena as ações criminosas nas barbas do governo tucano e inoperante Alckmin. Mas lá, foi tratada pela grande mídia como algo incontrolável, incontornável, destacava-se a selvageria dos atos como se no Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás, por exemplo, não tivessem tido ações iguais ou piores por parte dos detentos. Que na verdade não são detentos comuns, são membros de quadrilhas e facções que dominam boa parte do sistema prisional brasileiro.

Me parece óbvio ululante que a jogada dos setores de oposição ao governo Dilma, que dominam a mídia brasileira, estão fazendo é um esforço grande para deslocar o PMDB, que tem em Sarney uma liderança interna expressiva, da aliança com o PT. A tentativa é para constranger o governo e quem sabe forçar um rompimento e tirar da base ou da aliança eleitoral o Partido, quer nós gostemos ou não, e eu não gosto, é imprescindível ao projeto de reeleição da Dilma. Na estratégia política para reconduzir a Presidente o tempo de TV, um verdadeiro latifúndio televisivo, é peça chave no pensar dos marketeiros.

Mas penso eu que mesmo com o possível não apoio do PT nacional ao projeto oposicionista local de eleger Flavio Dino governador, a base do PT, o forte movimento de oposição local que se fortalece com a crise do governo e a maioria do povo do estado, podem dar uma vitória ao estado do Maranhão que precisa, para crescer e se desenvolver se livrar definitivamente dos auspícios do letrado, imortal, senador amapaense autor do “ Maribondos de Fogo”.

Pronto falei.

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