Quase ficamos sem WhatsApp, mas poderia ter sido a democracia

Após um breve período que fiquei sem escrever por aqui, devido a compromissos profissionais no Noroeste de Minas Gerais, volto ainda em 2015, para dar meus pitacos sobre diversos acontecimentos, em especial nas áreas de política e meio ambiente.

O primeiro fato curioso que acho interessante de ser comentado, foi pela “tragédia” de 12 horas sem WhatsApp no Brasil todo. Aqui, quero chamar a atenção sobre dois fatos: O primeiro, e mais importante, é a cara de pau das quatro principais operadoras de telefone móvel em entrar com uma ação contra um aplicativo para celular.

Além de atenderem muito mal nosso país continental (eu mesmo estava recentemente em uma cidade pequena onde somente uma destas operadoras funciona, obrigando todos a serem clientes desta), aplicativos como o WhatsApp oferecem um perigo enorme ao lucro destas grandes empresas, afinal de contas existem milhões de pessoas se comunicando de maneira gratuita sem o intermédio destes barões da comunicação! Ou seja, dando prejuízo a estas enormes transnacionais!

Outro ponto, mais curioso ainda, retrata a dependência que nossa sociedade tem da modernidade, ou, pelo menos, de suas tecnologias. Merecem mais estudos fenômenos como este, que mostram o quão pode ser doloroso para um membro da geração Y, ou da próxima que virá ficar desconectado do mundo virtual (que é cada vez mais real).

Curiosamente, na mesma semana que o aplicativo mais famoso dos últimos tempos sofreu um enorme ataque dos já citados barões da comunicação, outro magnata poderoso, Eduardo Cunha, aceitou e tentou começar os ritos do impedimento do mandato da presidenta Dilma.

Um sujeito que não tem moral alguma, que responde a zilhões de processos, ter a audácia de colocar a democracia em xeque simplesmente porque as coisas pararam de sair conforme suas ordens, um sujeito mimado, egoísta e irresponsável, capaz de qualquer coisa para se manter no poder, inclusive chantagens, como estamos vendo com frequência nos noticiários que não seguem a mídia hegemônica televisiva.

Eduardo Cunha, sem dúvida, desde o início dos governos populares, foi o mais poderoso inimigo que o Planalto enfrentou até agora. Sob-hipótese alguma pode ser descartado, é um verdadeiro “rato” da política, alguém a ser respeitado, pois sua inteligência e esperteza são muito acima da média. Tratar este sujeito como carta fora do baralho não pode ser uma ideia que a base governista pode se dar ao luxo de ter, afinal de contas, o mal do esperto é achar que o outro é burro!

O risco de golpe a nossa democracia diminuiu, é inegável, e aqui o PCdoB jogou papel fundamental para um fim de ano mais tranquilo a todos e todas que são contra o golpe, pois quando outros atores da base governista vacilaram, os comunistas entraram com ação no Supremo Federal, buscaram recompor a base do governo e ajudaram nas manifestações a contra o golpe no último dia 16.

Se a democracia terá um bom natal e feliz ano novo, ela precisa agradecer aos comunistas, pois ao contrário do WhatsApp, que ficou impedido de funcionar por meio dia, a defesa à soberania popular do voto não sofreu nenhum tipo de impedimento. E, se depender dos comunas, não sofrerá!

Até a próxima!

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