Quem dança na beira do mar….

A semana encerrou-se com notícias boas para o governo da Presidente Dilma. O resultado da sessão plenária do STF, que com base na arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 378, medida cautelar apresentada pelo PC do B, solicitando entre outras que o Supremo reconhecesse como ilegítima a votação secreta, que elegeu a Comissão Especial, foi o principal fato positivo. 

Mas também teve a boa mobilização ocorrida por ocasião dos atos contra o Impeachment em todo o país e principalmente em São Paulo, berço da reação golpista.

Por fim, a notícia da troca de Ministros na pasta da Fazenda, animou os democratas do país. Mesmo, Nélson Barbosa, não sendo nenhuma “Brastemp” é um passo, um gesto pra lá de simbólico, que gerou expectativas positivas na esquerda e na base social que luta contra o golpe.

Ocorre que não se deve exagerar nas comemorações e muito menos relaxar a mobilização. Porque a guerra está em curso, a correlação de forças ainda é bastante desfavorável e existe no PT e no Governo uma dificuldade, razoável, em interpretar corretamente a realidade. A cada vitória parcial ensaiam-se comemorações desproporcionais, como uma torcida de futebol, em que o time perdendo de 5×0 faz um gol, no meio do segundo tempo. Se isso é importante no esporte, a animação da torcida e a vibração que empurra o time e pode levar a virada, na política é preciso ter os pés no chão. Manter “a mão no pulso” como fazem os médicos. Examinando constantemente a temperatura e a pressão para definir os passos seguintes.

Assim deve agir o Governo. Manter as forças em tensão e mobilizadas. Ganhamos uma batalha mas a guerra está em curso. O impeachment não saiu da pauta. Pensar assim, como disse, equivocadamente, o líder do governo na Câmara, é suicídio.

Os inimigos do povo são e estão fortes. Há uma adesão popular ás idéias deles. O prestigio do governo segue em baixa. E há todo momento surgem envolvimentos de novos nomes na tal da “Operação Lava a Jato”.

Ademais o STF já deu mostras das contradições que engendra. Inclusive o militante orgânico da oposição, Ministro Gilmar Mendes, ensaia, junto com seus pares tucanos, tentativas estranhas a democracia e ao respeito a decisão legal e justa do plenário do Supremo. Um absurdo que a mídia golpista, que dá a todo o momento muita opinião e pouquíssimas informações, fez questão de apoiar.

É preciso, em minha opinião, realizar movimentos. Ações para desmascarar que a golpista oposição tucana, derrotadas em quatro eleições consecutivas, se juntaram a parte da mídia, parcela do judiciário e alguns trânsfugas no Parlamento encabeçado pelos 100% suspeito Eduardo Cunha.

Aliás, quanto a este, depois de denunciado, investigado, sofreu através da PGR uma solicitação para seu afastamento da Presidência da Câmara e do mandato. O Procurador elencou nada mais, nada menos, que onze, isso mesmo, onze motivos para a solicitação. Mas o Ministro Teorí Zavascki, resolveu entrar em férias, e não pode interromper seu “merecido” e “justo” descanso para atender ou ao menos responder a solicitação. Ora o Senador Delcídio do Amaral, foi encarcerado, por conta de uma gravação, via celular, por, segundo Moro, interferir nas investigações.

O Cunha tem listado onze motivos comprovados de que ele usa o mandato e a função, para cometer crimes e mesmo assim, recebe um salvo conduto para ficar livre até fevereiro. Equivale a um serial killer que ao ser flagrado, recebe a informação que será preso daqui a três meses. O risco de cometer os mesmos crimes são imensos.

Piada se não fosse tragédia.

Coisa que uma decisão monocrática poderia ser tomada e, como é comum em casos assim, aguardar preso, até ser julgado o mérito pelo STF.

Além de continuar tentando desmascarar a oposição, precisa o Governo, tomar medidas para reaquecer economia. Tem que fazer ajuste? Mas precisa cobrar primeiro daqueles que sempre se deram bem com as crises. Se alguém precisa ser penalizado que seja os ricos. O setor produtivo precisa ter incentivos no sentido justo. Recuperar a capacidade de consumo dos trabalhadores.

É preciso formular alternativas criativas a regra geral reinante no mundo que não tem resolvido nada. À custa da crise fiscal não pode recair mais uma vez nas costas do povo e dos trabalhadores. Até por que a mobilização necessária nas ruas não obterá êxito se não for vitaminada por melhoras na realidade concreta.

Entendo que a luta é dura. Não é hora de baixar a guarda e nem de fazer comemorações. O Golpe ainda está na pauta da oposição e distensionar a resistência é dar ponto para o inimigo.

Ou como dizem os companheiros: Recuperar a agenda do crescimento, da inclusão social e da distribuição de renda.

Afinal diz o ditado: “lua que não muda, não muda a maré”

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