Sem radicalismo

Das onze bandeiras que as centrais sindicais unidas agitarão no dia 6 de março, em Brasília, apenas duas exigem uma realização rápida; serão atendidas ou não e ponto.

São elas a ratificação da Convenção 158 e a regulamentação da Convenção 151, ambas da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Todas as outras nove, se bem entendidas e atendidas poderão ser resultados de processos mais ou menos longos que as executem de maneira “lenta, gradativa e segura”.

Isto é evidente para a ampliação do investimento público, para a correção da tabela do imposto de renda (atendida parcialmente, por exemplo, nas PLRs), para a política de valorização dos aposentados, para a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e para a reforma agrária.

Mesmo os 10% do PIB para a educação e os 10% do orçamento da União para a saúde, podem ser obtidos ao longo do tempo, garantidos o aumento constante e o ritmo das ampliações.

Restam duas. O fim do fator previdenciário pode ser a adoção da “Fórmula 95/105” que, paulatinamente faria desaparecer o caráter lesivo do fator previdenciário nas aposentadorias que vierem a ser concedidas.

E, por fim, as 40 horas semanais sem redução de salários poderiam também ter um tratamento gradual, legal e constitucional com a redução escalonada, por exemplo, de 30 minutos a cada semestre, durante 4 anos.

Além de maturidade, as centrais sindicais unidas ao levantarem estas bandeiras dão demonstração de que querem avançar com firmeza e obstinação sem radicalismo.

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