Sobre 2014 só há uma certeza: a luta pela reeleição de Dilma

O senso comum dirá que até junho-julho, quando se realizam as convenções partidárias, “muita água vai rolar debaixo da ponte”. Os catastrofistas afirmarão que a situação é incerta, o país está sob “ameaça de convulsão social”, “à beira de uma crise econômica” e “as instituições correm perigo”, o que justificaria postergar decisões estratégicas.

Outros argumentarão com a Copa, “que pode até não acontecer” e nesse caso “nada se pode prever quanto à equação da disputa eleitoral”. Por seu turno, políticos que encaram a situação segundo o prisma exclusivamente local, do grupo a que pertence ou de interesses estritamente pessoais, invocam esta diversidade de interesses para justificar a incerteza.

O Brasil é de fato um País megadiverso também na política e é natural que as decisões sobre a formação de coligações eleitorais estaduais fiquem para a 25ª hora. É habitual que as convenções partidárias, que deveriam ser de jure e de facto órgãos de soberania e democracia orgânica para deliberar sobre candidaturas e alianças, deleguem poderes às comissões executivas estaduais, que estendem até o último prazo legal os entendimentos e tratativas sobre a constituição definitiva das chapas.

Mas nada disso apaga uma certeza, talvez a única que se possa ter nesta altura de janeiro. A luta pela quarta vitória do povo – a reeleição da presidenta Dilma Rousseff – é a suprema tarefa da esquerda e de todas as forças consequentemente democráticas e patrióticas do País em 2014. A candidatura da presidenta à reeleição é inamovível e contará com o apoio das forças consequentes da esquerda e das forças patrióticas de centro. Não se pode nem se deve semear dúvidas quanto a isso: os comunistas e a esquerda consequente não cogitam apoiar qualquer outra candidatura presidencial de outro campo, mesmo que se reivindique como "leal a Lula" e se apresente como de centro-esquerda, amiga do empresariado nacional, desenvolvimentista, democrática, frentista e progressista. 

Isto porque o Brasil não pode retroceder em nome de percorrer enganosos atalhos. Dez anos depois da instalação do primeiro governo democrático e popular encabeçado pelo ex-presidente Lula, a nação é mais democrática, fez mais esforços pela justiça social, tornou-se fator de peso na luta por uma nova ordem mundial, converteu-se em um dos pilares da integração soberana dos povos latino-americanos, um dos principais aliados da Revolução cubana e da Revolução bolivariana. Portanto, nem um passo atrás.

Garantidas estas posições fundamentais, há que preparar o avanço, pavimentar o caminho da luta pelas reformas estruturais, e por outra política macroeconômica, capaz de escapar às pressões, armadilhas e condicionamentos da oligarquia financeira internacional. Para isso, é indispensável a união do povo brasileiro em torno de uma plataforma progressista, democrática, popular, patriótica, sob a liderança da presidenta Dilma.

Tem efeitos deletérios para o avanço progressista do país a subtração de forças da coalizão liderada pela presidenta Dilma e a adesão a projetos sabidamente vinculados a programas de forças ideologicamente comprometidas com o anticomunismo e visceralmente confrontadas com a esquerda, como o PPS – permanente linha auxiliar de Serra – e a Rede, esta última com o agravante de ser comprometida com interesses alienígenas.

A quarta vitória do povo é a eleição da Dilma, disso não cabem duvidas, nem a isso se podem opor disfarces eufemísticos. O engajamento das forças de esquerda com este objetivo confronta-as com os adversários objetivamente alinhados na oposição. Aecio Neves, do PSDB, arauto do neoliberalismo e do neoconservadorismo, viúva de FHC, aparece no momento como adversário principal.

De Eduardo Campos (PSB), antigo aliado de Lula e Dilma, hoje na oposição, e de Randolfe Rodrigues, do PSOL, força dissidente do PT, espera-se no primeiro turno um embate programático de alto nível e o compromisso de apoiar as forças progressistas contra as do atraso, se houver segundo turno.

Para além disso, é necessário persistir na batalha de ideias e no empenho político e orgânico pela constituição de uma frente de afinidades de esquerda, formada por partidos políticos, personalidades e movimentos populares.

É hora de recordar os antigos líderes – Amazonas, Brizola e Arraes – para os quais a unidade é a bandeira da esperança.

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