Sobre a carcaça da humanidade

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Avançavam violentamente
sobre a carcaça podre

Uns para algum tipo de ritual
não muito racional, porém solene
Outros para lhe comer a carne putrefata
A fim de alimentar sua própria vileza
e todo o seu desespero

Lutavam primitivamente
Arrancando mutuamente sangue, vísceras
e cartilagem
Constatando a fragilidade da vida na morte

Banalizando uma e outra
Comiam-se como quem ama
Matavam-se como quem come
Odiavam-se com poesia…
e muita frieza

Encontravam-se destituídos de todo e qualquer sentimento
Solidariedade, amor, compaixão… ódio
Nem um ódio visceral!
Eram apenas necessidade e instinto

Estavam absolutamente desumanizados…
E nunca foram tão humanos!

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