Supremo confirma: Moro é parcial

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O ex-juiz Sérgio Moro foi mesmo parcial ao julgar e condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a corte máxima da justiça brasileira. Assim, fica mais uma vez comprovado que Lula foi condenado injustamente e afastado do processo eleitoral que acabou elegendo o atual presidente da República.

Um dos itens analisados pelos ministros do Supremo foi o conluio existente entre o ex-juiz e o candidato eleito. Que eles estavam mancomunados o próprio Moro comprovou, ao deixar o posto de juiz pra virar ministro da Justiça do governo que ajudou a eleger. Logo brigaram, por disputas de poder, mas até ali havia sintonia entre eles.

É certo que, já na época do julgamento, era visível que o juiz e a gangue de procuradores de Curitiba (PR) estavam inventando crimes que teriam sido cometidos por Lula. As histórias do apartamento tríplex que foi reformado e do sítio de um amigo em Atibaia, que também teve obras de melhoramento, são os dois casos mais conhecidos. O objetivo deles era tirar o ex-presidente da disputa eleitoral, não combater a corrupção, como eles diziam. Só não viu quem não quis ver. Mas, antes tarde do que nunca.

É certo, também, que as perdas foram muito grandes. Primeiro, se tivesse participado do processo eleitoral, pelo que apontavam as pesquisas de opinião, Lula teria sido eleito presidente uma vez mais. Mas, em lugar disso, passou mais de ano na prisão, um tempo que ninguém consegue devolver. O mais grave, contudo, foi o falecimento de Dona Marisa Letícia, sua esposa por 35 anos, que morreu por não suportar o sofrimento dos julgamentos, prisões e humilhações a que o casal foi submetido.

O fato é que, hoje, o Brasil está caindo pelas tabelas em todos os setores — economia, política, saúde, educação, atividades culturais e assim por diante. Isso porque o governo federal não cumpre as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto ao isolamento como forma de combate ao Covid-19, o que faz com que o país já registre cerca de 300 mil mortes, e ainda por cima enfrenta o retardamento da vacinação, além da forma seletiva com que vem sendo feita.

Não há estatísticas que demonstrem a posição social desses quase 300 mil brasileiros e brasileiras já levados pela gripezinha, que só faz crescer no país inteiro. A grande maioria é de gente pobre, negros e negras, moradores de periferias das cidades ou em comunidades distantes, alcançadas por garimpeiros, madeireiros e criminosos de todo tipo, que levam o vírus.

Uma coisa, contudo, é mais que verdadeira: as pessoas já vacinadas, na maioria também, são brancas, de classe média pra cima – há poucas vacinas e essas não chegam aos redutos da pobreza, tenham a idade que tiverem, ali não há prioridades. Afinal, pelo que se deduz das políticas e declarações oficiais, pobre é melhor que morra logo.

Uma situação trágica, criada como parte de um grande movimento reacionário, que mobilizou todas as forças de que dispunha pra frear os avanços sociais que o País vinha experimentando. E realizado de maneira imparcial por Moro, agora apanhado numa guinada do Supremo, que em 2018 chegou perto de inocentá-lo, mas adiou o julgamento por pedido de vistas do processo pelo ministro Gilmar Mendes.

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