Tarefas estratégicas

O ano de 2011 já se anuncia como um ano de dificuldades econômicas e de muita resistência no mundo inteiro (como já aconteceu com a greve geral em Portugal e os protestos estudantis na Inglaterra, Irlanda e Itália).

A guerra cambial provocada pelos Estados Unidos que imprimem o dólar e acumulam dívidas impagáveis com o resto do mundo (principalmente com a China de onde as multinacionais exportam para os Estados Unidos e o mundo inteiro) vai pesar sobre a economia brasileira.

Aqui, os juros continuam altos e precisam ser diminuídos e abandonados como o único instrumento de controle macroeconômico.

A meta da inflação tem provocado calafrios no ministro Mantega, que de maneira atabalhoada propõe (em lugar da pura e simples desindexação total da economia) o expurgo dos alimentos, transportes públicos e outros bens de salário da taxa inflacionária.

Será, portanto, um ano difícil que vai exigir arbitragens constantes visando o equilíbrio do processo econômico e a garantia do desenvolvimento; nem uma só medida “salvadora” deve ser implementada mas as arbitragens exigirão medidas pontuais fortes.

Participar das discussões sobre estas arbitragens e fazer valer o peso dos interesses dos trabalhadores e de suas reivindicações é a primeira tarefa estratégica do movimento sindical.

A segunda tarefa estratégica, decorrente do próprio sucesso da economia, é a recepção dos trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho com contratos formais e reforçam as categorias representadas pelo movimento sindical. Estes novos trabalhadores (mais de 2,5 milhões só em 2010) precisam ser socializados e politizados, o que quer dizer aproximados dos sindicatos e sindicalizados. A taxa de sindicalização, que já é baixa, poderá cair ainda mais se tal desafio estratégico não for vencido.

E a terceira tarefa é divulgar para milhões os documentos da Conclat que representam o mapa da mina dos interesses e reivindicações dos trabalhadores e dão coerência unitária às nossas ações pontuais.

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