Tributo as mulheres

Oito de março é o “dia internacional da mulher”. Nesta data, em todo o mundo, são realizadas celebrações e manifestações homenageando as mulheres.

Naturalmente o conteúdo destas homenagens expressa o perfil ideológico dos organizadores. Por isso mesmo elas variam de eventos onde a mulher ainda é tratada como a simples “rainha do lar” às manifestações onde a luta contra a discriminação e a busca pela igualdade de direitos entre gêneros são a pauta central.


 



Esta data, porém, mais do que um dia de homenagens, expressa a coragem, a valentia e a determinação das mulheres, simbolizadas pelo ato extremo de um grupo de operárias que foram queimadas vivas dentro de uma fábrica de Nova York, em 1857, lutando pelos direitos que até hoje mulheres e homens progressistas de todo o mundo continuam perseguindo.


 



E que direitos são estes? Eles vão da luta contra o “a noite da pernada” ao direito de ganhar salário idêntico ao dos homens pelo mesmo trabalhado praticado, passando pelo direito de decidir sobre o seu próprio corpo em caso de gravidez indesejada, de votar e ser votada, de ter acesso a educação, de partilhar com o seu parceiro a educação dos filhos e o trabalho doméstico, além de evitar o constrangimento de ser devolvida aos pais se eventualmente o esposo questionasse a sua virgindade, dentre outros.


 



Um balanço imparcial aponta vitórias e derrotas nesta luta emancipacionista.


 



Há muito foi abolida “a noite da pernada”, que assegurava a aristocracia feudal à primazia da primeira noite com as recém casadas. Recentemente o código civil brasileiro foi alterado e pôs fim a aberração do marido poder anular o casamento se a mulher não fosse virgem e ainda assegurou que homem e mulher são “cabeça de casal”. Na maioria dos países as mulheres têm livre acesso a educação e, formalmente, podem votar e serem votadas e ocupam uma expressiva parcela do mercado de trabalho, inclusive em postos executivos. São avanços.


 



Infelizmente, como regra, a mulher ainda ganha menos do que o homem executando o mesmo trabalho, na maioria dos casos não conta com a colaboração do parceiro na divisão dos trabalhos domésticos, o aborto ainda é criminalizado e a sua participação política – embora crescente – ainda é restrito a poucas organizações progressistas, como o PCdoB, por exemplo.


 



Sem uma efetiva emancipação da mulher a sociedade como um todo jamais será emancipada, tanto pelo papel que a mulher historicamente tem desempenhado na estrutura familiar quanto pelo seu papel quantitativo e qualitativo crescente.


 



Assim, dedico esta homenagem a todas as mulheres que, de uma forma ou de outra, tem contribuído para essa luta de libertação.


 



Nominá-las seria injusto, pois sempre faltaria alguém, por isso rendo homenagem a todas as mulheres, das desempregadas as chefas de países, torcendo para que no próximo ano as conquistas tenham se ampliado.

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