Ufam: Carnaval & Academia

O Brasil é de fato um país extraordinário, não apenas por ser riquíssimo em recursos naturais e dotado de um povo laborioso e criativo produtivamente mas, igualmente pela sua imensa e espetacular diversidade de cultura popular, com destaque para o futebol

No Brasil, o futebol e o carnaval são mais do que uma atividade recreativa. São negócios que envolvem bilhões de reais e milhões de profissionais em todas as 27 unidades da federação. Até mesmo onde o chamado esporte profissional se encontra em situação crítica – caso do Amazonas – o esporte não perde a sua grandeza. A Rede Calderaro de Comunicação (Jornal, Radio e TV a Crítica), por exemplo, promove há décadas, em Manaus, um campeonato denominado “Peladão” que é, com absoluta certeza, o maior evento esportivo do gênero no mundo. A edição de 2008 contou com algo como mil clubes, 25 mil atletas e mais de 100 mil pessoas diretamente envolvidas.


 



E o carnaval? De norte a sul do país multidões de foliões, em verdadeira catarse, tomam as ruas, os desfiles e os clubes para substituir os problemas cotidianos, próprio dos terrestres, por noites e dias de extensa alegria. Para um visitante menos avisado é difícil compreender como pessoas simples podem fazer algo tão grandioso, tão espetacular. A resposta está na paixão, no compromisso com o espetáculo, tal qual os revolucionários que se dão, não por uma coisa, mas por uma causa. Assim é a paixão nacional pelo futebol e o carnaval.


 



O carnaval, ademais, desenvolveu uma forma peculiar de apresentação. Mescla o belo espetáculo – que por si só já se justificaria – com o resgate de nossas tradições. Não raro desenvolve enredos em torno de nossa história e homenageia instituições e personalidades que se destacaram no campo da ciência, artes, esporte, cultura e economia.


 



Neste carnaval duas escolas de Manaus construíram seus enredos em torno dessa concepção. A “Grande Família” homenageia o patriota Simon Bolívar, destacando o papel do país vizinho e o seu socialismo bolivariano. A “Escola de Samba do Coroado” se volta para a ciência. Destaca no seu enredo o centenário da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e rende suas homenagens à instituição e aos vultos daquela que foi a primeira universidade criada no Brasil, precisamente em 1909.
Na condição de ativista estudantil daquela instituição, ex-aluno e atual professor da mesma, tive a suprema honra de ser escolhido pela escola para integrar o carro que desfilará com os vultos da nossa querida Ufam. Compartilho a honraria com o reitor Hindemberg Frota e a Deputada Federal Vanessa Grazziotin (PCdoB), que igualmente teve uma longa trajetória política na Ufam, inclusive como a primeira mulher a presidir o seu Diretório Central de Estudantes.


 


Assim, ao tempo que em que festejamos a maior festa popular do país, aproveito para destacar o trabalho de homens e mulheres que organizam esse grande evento de massas de nosso país.


 


 


Rendo minhas especiais homenagens e gratidão aos integrantes e diretores da Escola de Samba do Coroado, popular bairro de nossa cidade, encravado entre o Campus da Ufam e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que sem qualquer contrapartida decidiram fazer da Ufam o tema de seu samba enredo.
Nós todos, e a Ufam em particular, passamos a ser eternos devedores desse povo bravo e alegre do indômito bairro do Coroado.

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