Urnas no Caminho

Poderosas forças conservadoras, aglutinadas em torno da candidatura de Geraldo Alckmin, intentam procedimentos obscuros visando desestabilizar, custe o que custar, o resultado das eleições de 29 de outubro.

Quando designo esse campo reacionário, atuando intensamente nos subterrâneos do poder econômico, não me refiro aos eleitores do candidato tucano, espalhados por todo o Brasil. Ao contrário, eles estão exercitando o indeclinável direito de cidadania, contribuindo com a consolidação da democracia tão aviltada em nosso país.

Mas torna-se evidente o esforço, denunciado através de conceituados jornalistas de projeção nacional, de intimidação às instituições da República com o nítido objetivo de desvirtuar o processo democrático em curso.

Assiste-se a uma espécie de tentativa de golpe midiático, patrocinado, abertamente, por determinados oligopólios da mídia nacional. De tal gravidade que sérios acontecimentos, gerados pela disseminação do ódio contra a candidatura de Lula e seus eleitores, começam a se tornar uma rotina em determinadas cidades. Carros apedrejados, um dedo decepado a dentadas no Rio de Janeiro. Um clima intolerante que beira ao fascismo.

   
 
As instituições sob suspeita, caso discordem dos objetivos dos barões da política do país. São frenéticas as movimentações de figurões conservadores visando o estancamento do processo eleitoral. 

Ministério da Justiça, a Polícia Federal, certos promotores, procuradores, encontram-se sob pressão. O cerco às instâncias jurídicas superiores do país é intenso. Apesar disso, na última pesquisa Datafolha, Lula ampliou a vantagem em 20 pontos nos votos válidos.

A intenção golpista esbarra na tendência das urnas. Até aqui, a resistência popular impõe-se. Lula vitorioso, prenuncia-se um movimento visando a ingovernabilidade.

Nessa possibilidade, o embate dos segmentos conservadores dar-se-á contra a vontade da ampla maioria do povo brasileiro.