Valdemar Grazziotin, exemplo de honradez

“A morte para mim é um nada, pois enquanto vivo eu estiver ela não me alcançou e depois de morto ela já não pode me fazer mal algum” (Epicuro).

No último dia 16 de fevereiro um enfarto agudo no miocárdio nos privou da convivência de Valdemar Grazziotin, um homem extraordinário sob todos os aspectos. Era casado com Nadir Pelegrini Grazziotin, pai de Valeska, Vanessa Grazziotin e de Wolney (por adoção). Avô “coruja” dedicava especial carinho às netas Mariana Grazziotin Medeiros e Rafaela Grazziotin Bezerra, filhas dos genros Mário Medeiros e deste “escriba” emocionado.


 


A tragédia ocorreu no aeroporto de Guarulhos enquanto ele aguardava a conexão de Manaus para Curitiba. Foi socorrido de imediato e conduzido ao Hospital Geral de Guarulhos onde todos os procedimentos técnicos apropriados foram adotados, infelizmente sem êxito. Dona Nadir contou com o apoio inestimável dos camaradas Walter Sorrentino e Nádia Campeão, bem como da Elaine (amiga da família), que acorreram ao hospital e partilharam a dor e adotaram as providências necessárias para o traslado do corpo.


 


Valdemar Grazziotin ou simplesmente “seu” Grazziotin, como era chamado pelos militantes do PCdoB e  por seus amigos ligados a extensão rural do Amazonas  não está mais entre nós, mas seu exemplo de vida jamais será esquecido, tanto pela maneira simples e afável com que se relacionava com as pessoas quanto pela forma honrada com que viveu todos os seus dias.


 


Profissional zeloso e eficiente foi gerente de banco, diretor de empresas privadas, de empresas públicas de extensão rural (EMATER) e de fomento amazônico (SUDHEVEA), de onde se retirou com uma simples aposentadoria do INSS.


 


Militante simples, discreto e dedicado, jamais recorreu à influência da filha deputada federal, mesmo quando viu esta modesta aposentadoria ser reduzida ¼ do valor original, pela qual pagou e que, por justiça, deveria receber.


 


Era um Contador eficiente, um homem culto e amante da boa música. Gastava boa parte de seus proventos comprando CDs, os quais ouvia enquanto elaborava os mapas de controle da contabilidade do estado e do município, que tanto ajudaram na ação dos parlamentares do PCdoB em defesa da moralidade pública.
Essa característica adotada pelos parlamentares do PCdoB e tão elogiada pelos entes e pessoas que admiram a moralidade foi possível, em grande parte, ao trabalho discreto e eficiente do meu velho sogro.


 


No velório, minha filha Rafaela estava transtornada. Balbuciava que “quando as pessoas morrem geralmente se apagam os seus aspectos ruins para se destacar apenas as qualidades; mas esse não é o caso do meu avô, pois eu não conheço uma única pessoa que não goste dele”.



Esse era Valdemar Grazziotin, a quem vale apenas ser homenageado.

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