Vitória Estratégica

O maior feito estratégico do movimento sindical dos trabalhadores brasileiros ao enfrentar a crise foi o de criminalizar as demissões efetivadas ou pretendidas por empresas de alguns setores econômicos, em particular do setor metalúrgico.

Isso foi conseguido quando se articulou a resistência contras as demissões e quebra de direitos à tática correta de centralizar nos sindicatos as eventuais negociações em busca de alternativas às demissões, e à unidade de ação das centrais, visando medidas anticíclicas como a queda dos juros e dos spreads bancários, isenções ficais condicionadas e ampliação emergencial e setorial das parcelas do seguro-desemprego.


 


 


A demonstração cabal da justeza desses procedimentos pode ser dada com a crônica de algumas iniciativas dos metalúrgicos, desde o seminário “Perspectiva do Setor Automotivo e a Crise Mundial”, em 10 de dezembro de 2008, que reuniu os sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, da Força Sindical, à Confederação Nacional dos Metalúrgicos, da CUT e à Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em São Paulo.


 


 


Em Curitiba, com a firmeza do sindicato, foi garantido um acordo vantajoso para os trabalhadores da Renault, e se enfrentou e derrotou as provocações da Bosch.


 


 


A resistência em Osasco garantiu a vitória no TRT de São Paulo contra as demissões maciças na Amsted-Maxion, abrindo uma linha nova de compreensão nos tribunais.


 


 


Em São Paulo, os trinta acordos negociados centralizadamente criaram um protocolo de procedimentos que funcionou como um dique de contensão para bloquear o ímpeto de demissões em, pelo menos, outras 240 empresas da base.


 


 


Depois do tranco das demissões pré-carnavalescas na Embraer, a unidade de ação e o bom senso falaram mais forte e o TRT de Campinas consagrou, como entendimento, a Convenção 158 da OIT que proíbe as demissões imotivadas e declarou ‘abusivas” as demissões que a empresa havia realizado.


 


 


E na terça feira, dia 31, o TRT de Belo Horizonte julgando as demissões da Usiminas de Ipatinga, conforme denúncia do Sindicato, confirmou as mesmas posições de Campinas suspendendo as demissões que a empresa havia feito utilizando-se de expedientes aterrorizadores.


 


 


Neste panorama, potencializado pelas jornadas nacionais unitárias de janeiro e de março, o movimento sindical se consolida para obter no Congresso Nacional a aprovação da redução constitucional da jornada de trabalho sem redução de salários, como ficou demonstrado na sessão da Comissão de Trabalho da Câmara na quarta-feira, dia 1º de abril.

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