A mensagem do PCdoB ao Brasil

Foto: Divulgação/PCdoB

A plenária final do 15º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizado de modo virtual nos últimos dias 15, 16 e 17 de outubro, alcança uma dimensão que vai além das análises imediatistas. Seu produto maior é o alento e a mensagem de luta que deixa não apenas para a militância partidária – mas para o conjunto do campo democrático-progressista, bem como para o povo brasileiro.

O Congresso renovou a convicção dos comunistas do caminho de uma frente ampla – a mais ampla possível – para salvar o Brasil e os brasileiros do governo de destruição liderado por Jair Bolsonaro. Conforme a Resolução aprovada por unanimidade pelos delegados, não é hora de demarcações sectárias. A “frente ampla democrática” se impôs como a melhor conduta política para “enfrentar, desmascarar e derrotar Bolsonaro, bem como conter e repelir o persistente estratagema golpista”.

“Nosso partido entende que o único meio de livrar o País do pesadelo em que se encontra é expelir Bolsonaro do governo para superar a crise de destino da Nação”, afirmou, no encerramento do Congresso, a presidenta reeleita do PCdoB, Luciana Santos. Segundo ela, a crise “repõe, na trajetória nacional, uma encruzilhada histórica e se apresentará também nas eleições de 2022. Sem desviar o foco da questão premente de derrotar Bolsonaro, o acúmulo resultante da resistência democrática e popular criará, também, a possibilidade real de as oposições vencerem as eleições”.

No Congresso, que mobilizou mais de 33 mil militantes ao longo de quatro meses, PCdoB também “se reexaminou”. Mesmo sob a tormenta adversa do bolsonarismo – que reacendeu a ação anticomunista –, os comunistas e as comunistas atestaram que o PCdoB está vivo, altivo e influente.

A exemplo do 8º Congresso (1992) – que enfrentou, “no calor da hora”, a crise do bloco socialista e reafirmou a perspectiva histórica do PCdoB –, o 15º rechaça toda e qualquer tentação oportunista. “Temos a convicção de que não há outro caminho que não seja a construção do socialismo no Brasil. Esse é o nosso objetivo estratégico”, garantiu Luciana Santos.

Para cumprir o papel que se propõe, o PCdoB tem desafios a superar. O primeiro deles, e mais urgente, é lutar, junto com amplas forças, para derrotar o governo Bolsonaro, nas ruas ou nas urnas. Outro desafio é construir uma federação partidária que melhor sirva às lutas imediatas e futuras das forças democráticas e populares em favor do Brasil e do povo. E, por fim, se revigorar porque é preciso – lembra Luciana Santos – “construir um Partido à altura da grande causa que defendemos”.

Nesse sentido, a Resolução do Congresso proclama: “Fazer do PCdoB a força consciente, combativa, coesa e militante, para enfrentar o neofascismo e constituir uma ampla frente popular, democrática e patriótica para a transformação do Brasil, demanda um revigoramento geral da vida partidária”.

A recondução de Luciana Santos à presidência do PCdoB, à frente da nova direção eleita no 15º Congresso, foi o ponto culminante dessa grande mobilização partidária. Caberá a esse Comitê Central fazer jus às palavras finais da Resolução: “Estejamos, todas e todos, confiantes de que, com lucidez, espírito militante e coesão de nosso coletivo, serão superados os desafios atuais”.

A vitalidade que emana do 15º Congresso do PCdoB será indispensável para “virar a página” do País e viabilizar mudanças profundas. Em 1871, ante os escombros da épica Comuna de Paris (1871), Louis Adolphe Thiers, chefe do governo provisório, se tornou o primeiro “vidente” a prever – erroneamente! – o fim da utopia comunista. “Agora e para sempre”, declarou o líder burguês, “o comunismo está morto!”. O encontro do PCdoB prova que essas previsões seguem fadadas ao fracasso.

Não à toa, o Partido aproveitou o Congresso para iniciar celebração de seus cem anos. A legenda que foi fundada, oficialmente, numa reunião em Niterói, a 25 de março de 1922, na presença de oito operários e um jornalista, vingou, convertendo-se numa das mais longevas e respeitadas instituições nacionais. Sim – diz a Resolução –, as classes trabalhadoras são a força motriz de “um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, caminho brasileiro para o socialismo que é a razão de existir do nosso Partido”.