A Otan ataca outra vez e comete mais crimes de guerra

No último domingo, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militarista e belicista a serviço do imperialismo estadunidense e seus parceiros da União Europeia, desferiu um covarde ataque aéreo no Afeganistão, que resultou na morte de 14 civis, incluindo 12 crianças. É mais um entre muitos casos registrados recentemente da “guerra ao terrorismo” lançada por George W. Bush e continuada com todo empenho pelo atual ocupante da Casa Branca, Barack Obama. O ataque provocou grande revolta entre os afegãos e profunda consternação na opinião pública internacional, a tal ponto que o presidente títere do país veio a público caracterizar os agressores em termos contundentes.

A matança de civis no Afeganistão corresponde à mesma lógica do que a Otan está perpetrando no Norte da África.

Desde o dia 19 de março último, está em curso mais uma guerra do imperialismo norte-americano, de seus aliados da União Europeia e da Otan. É a primeira guerra da administração Obama, mas a terceira que tem que conduzir, porquanto herdou as guerras do Afeganistão e do Iraque.

Até o momento a aviação da Otan já descarregou mais de três mil bombardeios sobre a Líbia, atingindo alvos civis e até a residência do líder do país. Num desses ataques, um de seus filhos e três netos foram mortos. Claramente, a Otan quer assassinar o líder líbio.

Tal como todas as guerras recentes do imperialismo estadunidense e seus aliados contra outras nações, é uma guerra feita com falsos pretextos e conta com a cumplicidade de uma colossal e poderosa máquina de mentiras – os meios de comunicação, que preparam o terreno com a difusão de argumentos sobre a suposta violação dos direitos humanos, a perpetração de crimes contra a população civil e a desobediência a tratados internacionais.

Na verdade, os bombardeios na Líbia pela Otan fazem parte de uma estratégia global das potências imperialistas para reverter a seu favor os acontecimentos que têm abalado o mundo árabe e todo o Oriente Médio, a partir das vitoriosas rebeliões na Tunísia e no Egito.

A Otan é o principal mecanismo do processo de militarização atualmente em curso no mundo. Ao contrário de desaparecer, com o fim da guerra fria, como pareceria lógico, ou de diminuir, a chamada Aliança Atlântica expande-se, cresce e multiplica suas funções. Aumentam as regiões onde está presente, diversificam-se as ditas “parcerias para a paz” e “cooperação especial”. Intensificam-se as tratativas e pressões no campo diplomático, assim como a propaganda, para que a Otan seja considerada uma força em defesa da paz, com o beneplácito das Nações Unidas.

Desde que surgiu, em 1949, a Otan tem caráter agressivo e assim tem atuado. Foi o principal instrumento do imperialismo estadunidense e seus aliados europeus na luta contra os países socialistas e nas ações para impor o sistema neocolonialista em todo o mundo no período após a Segunda Grande Guerra. Atuou como “xerife” dos interesses imperialistas no mundo, ao lado de regimes ditatoriais sanguinários. Com o final da guerra fria, no início dos anos 1990, e a subsequente extinção do Pacto de Varsóvia, que os imperialistas utilizavam como pretexto para justificar a existência da Otan e propalar falsamente o caráter defensivo desta, as reuniões de cúpula da Otan passaram a debater sobre a adoção do chamado “novo conceito estratégico”.

As recentes cúpulas da Otan, principalmente a última, de novembro passado, em Lisboa, realizaram-se com a finalidade precípua de elaborar um novo conceito estratégico, o que efetivamente ocorreu, sinalizando para a exacerbação do caráter agressivo desta organização.
Já em novembro de 1991, na cimeira de Roma, o documento aprovado claramente buscava novos pretextos, a fim de atribuir à Otan um novo papel.

Esta nova concepção estratégica foi oficializada em plena guerra contra a Iugoslávia, na reunião de cúpula realizada em Washington, em abril de 1999. A chamada adaptação aos novos tempos se fez acompanhar de medidas para ampliar o raio de ação da Aliança, dotá-la de maior capacidade militar para empreender ações lesivas à soberania dos povos, inclusive fora do território da Aliança.

A Otan expandiu-se geograficamente, criou a força de rápida intervenção, modernizou seu arsenal, multiplicou suas bases militares e intervém militarmente em todas as partes, onde comete crimes de lesa-humanidade.

A Aliança Atlântica, com seu novo conceito estratégico, aperfeiçoou-se e capacitou-se ainda mais como uma máquina de opressão e guerra.

Em todo o mundo é latente o sentimento dos povos de oposição aos planos de guerra do imperialismo. Tais planos devem ser denunciados, rechaçados e combatidos, através da intensa mobilização dos movimentos sociais, de solidariedade internacionalista e pela paz.