Bolsonaro precisa responder pela marca de uma morte por minuto

Foto: Silvia Izquierdo/AP

A marca superior a 35 mil mortes e de mais de 600 mil contaminados pelo coronavírus no Brasil é a maior comprovação da irresponsabilidade do governo Bolsonaro. Atualmente, em média uma pessoa perde a vida por minuto. Para se ter uma ideia do tamanho do seu descaso com a vida, após cinquenta dias do registro da primeira morte pela Covid-19 o governo federal inaugurou o primeiro hospital de campanha pelo governo federal, na cidade de Águas Lindas, repassado ao governo do estado de Goiás.

Esse é um exemplo simbólico da inércia criminosa do governo Bolsonaro em relação às vítimas da pandemia. Uma mentalidade que explica atitudes como a invasão de deputados estaduais paulistas ligados ao presidente Jair Bolsonaro a hospitais de campanha em São Paulo e no Rio de Janeiro, sob o argumento de que estariam realizando “vistoria”, e a transferência de recursos para pagar o benefício do Bolsa Família aos mais carentes- para a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom) fazer propaganda do governo.

A morte, em média, de uma pessoa por minuto decorre, em grande medida, dessas e de outras causas, como o uso da Presidência da República por Jair Bolsonaro para fazer campanha contra o isolamento social e abrir guerra contra os governadores que se esforçam para combater pandemia. Decorre, ainda, da protelação criminosa, por Bolsonaro, da aplicação das leis aprovadas no Congresso Nacional de auxílio emergencial aos que não têm fonte de renda, aos estados e municípios e às micro e pequenas empresas.

Mas o presidente prossegue em sua marcha da insensatez, como foi o caso do veto ao repasse de R$ 8,6 bilhões para estados e municípios comprarem equipamentos e materiais de combate à Covid-19. Isso depois do completo descaso em relação à necessidade de dotação orçamentária para o Sistema Único de Saúde (SUS) se equipar com recursos humanos e insumos hospitalares.

Bolsonaro demitiu dois ministros da saúde e mantém no posto um general que cumpre o papel de interino que se cala, que foge das entrevistas institucionais do Ministério e de dar explicações sobre a tragédia de uma morte por minuto.

Agora, Bolsonaro, depois de ser pressionado pela Câmara dos Deputados, faz circular que pode prorrogar o auxílio emergencial com mais duas parcelas de apenas R$300,00, quando deveria estender o benefício integralmente (R$ 600) enquanto durar a pandemia. Uma medida que se adotada terá pouco efeito depois do seu descaso com o repasse dos recursos previstos nas leis recentemente aprovadas e em outras ações do governo, que não chegam à ponta, para socorrer quem se encontra em situação desesperadora.

O resultado é uma quebradeira de empresas em escala, eliminando uma grande quantidade de empregos e lançando mais trabalhadores na rua da amargura. Não é fora de propósito avaliar que essas atitudes bolsonaristas têm a finalidade de fomentar o caos social como caldo de cultura para as suas aventuras autoritárias, seu projeto de romper com o regime democrático para implantar um governo autoritário, baseado num Estado policial.

Diante dessas ações criminosas, vai ganhando força a ideia da frente ampla, de salvação nacional, em defesa da vida e da democracia. Ganha consistência na sociedade a tomada de posição nessa direção, com manifestações variadas nas redes sociais e em outros meios abraçando a causa democrática antifascista.