Coalizão política e social para realizar o programa

O presidente Lula constituiu nessa quarta-feira, dia 14, o Conselho Político da coalizão de seu governo e teve um encontro com os movimentos sociais. Estes dois eventos começam a materializar as possibilidades abertas pela campanha de o segundo governo nascer com amplo e forte respaldo.


 


Num pólo o endosso partidário e parlamentar, além do aval de governadores, noutro o apoio independente de movimentos organizados do povo e dos trabalhadores. A diversidade de partidos e de movimentos não é como quer a oposição neoliberal “um saco de gatos”. A ampla frente partidária e social se assenta na conjugação de esforços para realizar o  programa com o qual Lula foi reeleito. Este é o alicerce do qual se ergue as diversidade de apoios. 


 


Da reunião primeira do Conselho Político participaram dez legendas: PT, PCdoB, PSB, PRB, PMDB, PR(sigla oriunda da fusão PL e Prona), PP, PTB e mais o PV e PDT. A previsão é que o Conselho se reúna com uma periodicidade de 30 a 45 dias e neles serão debatidos os caminhos para tornar realidade o programa, compromisso firmado tanto por Lula quanto pelos partidos durante a campanha eleitoral.



 


O presidente Lula garantiu que o Conselho não será uma peça decorativa, mas um fórum efetivo de debate das grandes ações do governo. Desse modo, já está agendado para  próxima quarta-feira, dia 20,  uma nova reunião  quando será debatido a temática do desenvolvimento, com ênfase para um conjunto de medidas que o governo pretende anunciar para ” destravar” o crescimento e assegurar distribuição de renda e inclusão social.


 


Na esfera do Congresso, a coalizão partidária será posta à prova na eleição das mesas do Senado e da Câmara. Em particular sobre a presidência da Câmara dos Deputados, na reunião ficou indicado um amplo diálogo entre todas as legendas da base sob o referencial de que a unidade da coalizão será em torno do candidato que reunir a maior quantidade de apoios. Ficou fixado, também, que nos próximos 45 dias cada partido deverá apresentar propostas à reforma política e tributária.


 


Um Conselho com tais prerrogativas se efetivamente funcionar com esses parâmetros significará um avanço em relação ao governo passado no qual os partidos só eram chamados para enfrentar situações críticas. No geral, prevaleceu escassos encontros do Presidente com sua base partidária.


 


Quanto ao encontro do presidente com um conjunto de movimentos sociais liderados pela Coordenação dos Movimentos Socais ( CMS), o fato em si já sublinha a disposição do governo em ampliar seu diálogo e suas parcerias com entidades e movimentos do povo.


 


Da parte dos movimentos a experiência do primeiro governo já proporcionou importantes lições: preservar a autonomia dos movimentos em relação ao governo; manter ativa uma agenda de lutas e mobilizações; apresentar pautas propositivas  e explicitar críticas quando governo erra ou se distancia dos compromissos e defender o governo ante as investidas da direita.
 


 


Dessa maneira, a CMS entregou a  presidente sua plataforma, suas prioridades. E as lideranças presentes comunicaram ao presidente que estão dispostos a um só tempo ao diálogo e à luta. E cobraram de Lula mais ousadia na superação de ditames neoliberais que ainda tiveram continuidade no primeiro governo, como é o caso da política macroeconômica.



 


Lula, portanto, além dos 58 milhões de votos tem o respaldo de uma ampla aliança partidária e dos movimentos populares. As mudanças efetivamente precisam do respaldo de maiorias cuja força tem o poder de construir convergências. Contudo seria ilusão imaginar que tudo será efetivado com base no consenso. Os enfrentamentos serão inevitáveis. Por exemplo, a redução dos ganhos astronômicos do setor financeiro provocará resistências dos banqueiros e dos especuladores. Tais resistências terão que ser enfrentadas.


 


Maioria política o presidente tem, respaldos dos movimentos ele também tem, basta agora, habilidade, sagacidade e coragem política para fazer os enfrentamentos que as mudanças requerem.


 


Sem desprezar o imenso poderio da direita e do conservadorismo, o certo é que o presidente Lula tem uma oportunidade histórica única para liderar um processo que conduza o país ciclo desenvolvimento robusto, acelerado, e direcionado ao bem estar do povo. Ele está com a faca e o queijo na mão.