Firmeza de Lula pela integração sul-americana

Embora o redemoinho já tenha se dissipado, não é exagerado sublinhar a importância da correta posição sustentada pelo presidente Lula e pelo ministro Celso Amorim no episódio referente a não renovação da concessão da RCTV na Venezuela.


 


Desde a irrupção do entrevero presidente Chávez – Senado Federal, a direita e a mídia brasileiras tudo fizeram para arrancar do presidente Lula uma condenação ao ato do governo bolivariano.


 


Muito ao contrário, para o espanto do conservadorismo, no último dia 8, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo o presidente Lula emitiu um juízo a respeito do assunto. “O fato de ele não renovar a concessão é tão democrático quanto dar [a concessão]. Não sei porque a diferença entre dois atos democráticos…”  A reação da direita foi de “deus-nos-acuda.”


 


O que poderia ter representado um rasgo na relação de amizade entre os dois governos acabou sendo um capítulo a mais na relação de solidariedade recíproca entre Brasília e Caracas. O presidente Chávez em pronunciamento público agradeceu o colega brasileiro pela postura adotada no episódio.


 


O imperialismo estadunidense hoje como no passado procura explorar as diferenças e contradições existentes para dificultar ou sustar o processo de integração solidária da América Latina. O mesmo faz as elites conservadoras de cada país, como se viu uma vez mais no assunto em tela.


 


Nos últimos lances, quer seja em relação ao contencioso com a Bolívia, quer em relação à Venezuela, o governo brasileiro segue determinado a cumprir o protagonismo que lhe cabe no processo integração da América do Sul.