Fórum Social Mundial: desafios atuais
Inaugurado no sul do Brasil, em Porto Alegre, há oito anos, o Fórum Social Mundial volta às terras nativas na […]
Publicado 15/01/2009 20:48
Inaugurado no sul do Brasil, em Porto Alegre, há oito anos, o Fórum Social Mundial volta às terras nativas na sua nona edição, desta vez no norte do país, na porta da Amazônia, em Belém do Pará. De 27 de janeiro a 1 de fevereiro, cerca de 80 mil lutadores sociais do mundo inteiro participarão de centenas de debates, assembléias e protestos, num fervilhante caldeirão de luta de idéias e de manifestações dos que acreditam que “um outro mundo é possível”.
Desde a primeira edição o mundo passou por intensas mudanças. O capitalismo, vendido como “fim da história”, entrou numa grave crise. O socialismo, que os apologistas do capital consideravam “morto”, permanece como perspectiva. O imperialismo estadunidense, que se considerava imbatível, entrou em declínio. A resistência dos povos ganhou força, seja na insurgência no Iraque ou nas vitórias progressistas na América Latina. O mundo hoje, com seus ziguezagues e armadilhas, não vive mais a “paz de cemitério” do pensamento único neoliberal.
Com suas limitações, dilemas e desafios, o Fórum Social Mundial deu sua contribuição nesta alteração da correlação de forças mundial. Ajudou a amplificar as críticas ao neoliberalismo, a denunciar o imperialismo dos EUA e suas guerras e tratados neocoloniais, a desmascarar a ditadura midiática. Reforçou a resistência dos povos e contribuiu na busca de alternativas. A cada edição, o Fórum Social Mundial enfrentou seus próprios equívocos, como o que tentava separar a luta social da luta política, excluindo partidos e governantes progressistas.
Na sua nona edição, novos desafios se impõem ao FSM. Além de abordar as várias iniciativas atomizadas, todas com sua importância, ele necessita concentrar as energias nos temas centrais, totalizantes, que ajudem na unificação da resistência mundial e na busca de alternativa à barbárie capitalista.
O enfrentamento à grave crise do capitalismo, evitando que seu ônus seja jogado nas costas dos trabalhadores; a luta contra a guerra imperialista, seja a patrocinada pelos sionistas em Gaza ou pelos ianques no Iraque e Afeganistão; a jornada contra a devastação e pela soberania da Amazônia, entre outros temas, poderão alavancar e dar novo realce ao Fórum Social Mundial.