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Amorim a Lafer e Lampreia: críticas são falta de autoestima

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a importância de sua viagem ao Oriente Médio, destinada a oferecer apoio a um cessar-fogo na Faixa de Gaza. E classificou as críticas feitas por seus antecessores Celso Lafer e Luiz Felipe Lamp

''Só quem não acredita no Brasil são os brasileiros. Isso se passava antes da Copa de 58, como dizia o Nelson Rodrigues'', comparou Amorim. ''No futebol nós superamos essa síndrome. Na política e no comércio internacional, não.''



Ele disse que o fato do Brasil não ter sido uma potência colonial, ser um exemplo de convivência pacífica entre judeus e árabes e ter presença em todos os foros internacionais credenciam o país como interlocutor.



Esforço conjunto



''Não tenho ilusões de que estamos aqui para resolver um problema que ninguém resolveu. Mas fazemos parte de um conjunto de esforços da comunidade internacional'', disse Amorim. ''A comunidade internacional não pode ser só EUA e União Europeia.''



A viagem de Amorim ao Oriente Médio começou no domingo (11),  em Damasco, onde ele se reuniu com o presidente sírio, Bashar Assad. A Síria é uma das bases de apoio do grupo extremista Hamas, alvo da ação israelense em Gaza, e residência de um de seus principais líderes, Khaled Meshaal.



Amorim disse que conversou com Assad e concluiu que ''a Síria tem interesse no processo de paz e sente a necessidade de uma interlocução internacional mais ampla'', disse.



De Damasco ele seguiu para Jerusalém, onde encontrou-se com a chanceler israelense, Tzipi Livni. Ele reafirmou o pedido de uma saída pacífica para a conflito na Faixa de Gaza. O ministro reforçou a proposta do presidente Lula para a realização de conferência de emergência sobre os ataques na Faixa de Gaza, com a participação de diversos países, além de defender o cessar-fogo imediato.



O chanceler disse ainda que o Brasil apoia a criação de um Estado Palestino, bem como a convivência pacífica entre israelenses e palestinos. Em entrevista a jornalistas brasileiros em Jerusalém, Amorim defendeu a relevância de sua missão, mencionando que foi incentivado por vários países e que foi muito bem recebido na Síria, em Israel e na cidade palestina de Ramallah. “O valor do Brasil como interlocutor foi reconhecido”, disse Amorim.



De Israel, Amorim seguiu para a Jordânia, de onde partiu um carregamento de ajuda humanitária do Brasil para Gaza, e para o Egito, última escala da viagem.



Direitos Humanos



O Brasil votou favoravelmente à resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovada, nesta segunda-feira (12). O texto intitulado ''As Graves Violações de Direitos Humanos no Território Palestino Ocupado, particularmente devido aos Recentes Ataques Militares Israelenses contra a Faixa de Gaza Ocupada'' pede o fim imediato das hostilidades na região.



E, seguindo as posições defendidas pelo País nas sessões anteriores relativas ao assunto,  subscreveu o pedido de realização de Sessão Especial sobre a situação dos direitos humanos na Faixa de Gaza.



De Brasília
Com agências