Manifestações contra Bolsonaro mostram força do povo

As grandes manifestações de sábado, dia 29 de maio, confirmam o que indicam as pesquisas sobre a rejeição do governo Bolsonaro. As bandeiras levantadas pela manifestação – vacina, comida, emprego e fora Bolsonaro – e os cuidados tomados, em contraposição à aglomeração irresponsável e marcada por ataques à democracia feita pelos bolsonaristas, merecem destaque. E demonstram que o povo na rua fortalece a luta contra Bolsonaro e a posição dos senadores da CPI da Covid-19 que querem ir a fundo na apuração da postura do governo diante da pandemia que tragou mais de 460 mil vidas.

Setores da mídia não deram destaque às manifestações, mesmo sendo alvo de Bolsonaro, escondendo o protagonismo do povo. Mas o essencial é que houve um pronunciamento enfático de setores importantes da sociedade contra a barbárie que assola o país. As manifestações, além dos efeitos imediatos, podem impulsionar mais debates e prospecção de ideias para, em primeiro lugar, pôr um ponto final no pesadelo bolsonarista, e, depois para a busca de alternativas e saídas, um novo rumo para o país.

Mais do que nunca, o Brasil precisa debater o seu destino. A união de forças para conter a escalada de barbaridades do governo Bolsonaro traz em si a indagação sobre as alternativas para a reconstrução nacional. Ainda não é possível ter a dimensão exata do estrago que essa aventura irresponsável da extrema direita vem causando, mas é perfeitamente calculável o tamanho do desafio que vem pela frente. A combinação de crise econômica com crise sanitária certamente forma um cenário que representa uma das piores situações já vividas no país.

Está em questão nada mais do que o futuro do Brasil como nação. As forças políticas consequentes estão diante da tarefa de encontrar meios para uma espécie de reconstrução nacional, tarefa que exige uma sólida união de pensamentos e de mobilização social. Essas manifestações podem ser consideradas uma iniciativa de grande importância nesse sentido. Elas demonstraram que há, sim, condições concretas para a deflagração de ações mais efetivas para conter o bolsonarismo e que o país precisa, urgentemente, pensar sua reconstrução.