Orlando Silva: a primeira vitória da verdade e da justiça

Na noite desta segunda-feira, a Comissão de Ética da Presidência da República arquivou o processo aberto para averiguar denúncias contra o então ministro do Esporte Orlando Silva, do PCdoB.

O presidente do órgão, Sepúlveda Pertence, alegou “absoluta falta de provas” como motivo para o encerramento das investigações, abertas com base em reportagens mentirosas publicadas pela Revista Veja.

A absolvição de Orlando Silva foi um passo muito importante para a reposição dos fatos. Nas palavras do próprio ex-ministro, foi “primeira vitória na cruzada em defesa da justiça e da verdade”, uma vez que ainda existem processos em andamento contra os detratores e a revista.

Entretanto, o parecer da Comissão, de relevância evidente, não foi merecedor de destaque em nenhum grande meio de comunicação do país. Tal omissão é reveladora do completo descaso que hoje existe na grande mídia brasileira com os preceitos básicos da veiculação da informação.

Mais do que isso: mostra que tais corporações têm, cada vez mais, tomado lado na disputa política em curso no país, constituindo-se em verdadeiros pilares de sustentação da oposição conservadora.

Atuando como força política, os oligopólios midiáticos não veem limites para o denuncismo e a instalação de ritos sumários, que muitas vezes mancham honras e criminalizam a política. O caso de Orlando Silva é emblemático: acusação sem provas, o julgamento e a condenação foram efetuados, na prática, pelos meios de comunicação, à revelia da justiça que agora começa a ser feita.

A cada vez que são questionados por seus abusos, a grande mídia e seus aliados alegam que há ameaça a “liberdade de imprensa”, como se tal princípio se sobrepusesse às demais garantias individuais previstas em lei ou como se isso lhes garantisse salvo-conduto para ilações irresponsáveis e mesmo mentiras ardilosas.

Do ponto de vista político, a luta pela democratização dos meios de comunicação ganha importância central, uma vez que o poder desmedido e concentrado de tais aparatos constitui entrave ao processo de mudanças vigente no país.