Sanguessuga: quem é quem no combate à corrupção

O repugnante escândalo dos sanguessugas que estourou praticamente a dois meses das eleições, cravou definitivamente o tema do combate à corrupção na sucessão presidencial.


 


Quem é quem nesse quesito? Geraldo Alckmin em dueto com Heloísa Helena espalha a imagem de um governo Lula afundado na lama e o presidente Lula sustenta que na história da República o seu governo foi um dos que mais combateu o assalto à coisa pública.


 


As forças democráticas e progressistas não têm o que temer nesse debate, pois os fatos demonstram que o presidente Lula tem razão.


 



É didático começar pelo assunto do momento: o bando de empresários e políticos que desviava recursos da área da saúde. Quem denunciou essa máfia? O escândalo veio à tona graças às investigações da Polícia Federal com a ajuda da Controladoria Geral da União. Polícia Federal e Controladoria que são órgãos e instituições do governo da República chefiado por Lula.


 



Ocorre que as maquinações da oposição na CPI, mais o poderio de sua máquina de propaganda buscam jogar o estouro da bomba, justamente no colo do governo que tomou a iniciativa de investigar, denunciar e prender integrantes dessa máfia dos sanguessugas.


 



Posteriormente, a Polícia Federal teve a competência de ''arrancar'' dos empresários e ex-funcionários públicos que comandavam esse esquema inescrupuloso, evidências, indícios, provas que envolvem nada mais, nada menos, do que quase cem parlamentares.



Lula herdou de seus antecessores uma herança maldita não apenas referente à crise das finanças e da economia. Herdou também uma máquina Estatal corroída por práticas de ilicitudes. Herdou um Estado debilitado e com suas instituições públicas infestadas por essa praga secular que é a corrupção. (Neste particular, justiça seja feita, os escândalos de corrupção não começaram no reinado de oito anos de FHC. Nesse período, eles apenas se intensificaram).



Consciente, que assumia o comando de um Estado ''sangrado'' por esse mal crônico, o governo Lula desde o seu início combateu rigorosamente a corrupção. Nos oito anos de governo de FHC, as denúncias de ilicitudes se deram aos montes. Nada foi investigado ou apurado, ninguém foi punido. FHC impediu a instalação de CPIs. Todavia, ficou marcado na memória do povo, o Congresso Nacional transformado num balcão de negócios escusos para aprovar a emenda da reeleição. De igual modo, ficou também na memória, o escandaloso e criminoso processo de privatizações quando milhões e milhões desapareceram do patrimônio público.


 



O governo das forças políticas lideradas pelo presidente Lula, desde o seu início, combate com rigor essa praga que corrói os recursos públicos. Sucessivas ações da Polícia Federal, sob comando firme do Ministério da Justiça, desmantelaram esquemas de corrupção em várias instâncias do governo.


 



Tornaram-se comuns,cenas até então raras no Brasil. Figuras de ''colarinho branco'' sendo algemados por terem sido pegos em flagrante. Além da Polícia Federal, as demais instituições do Estado brasileiro como a Procuradoria Geral da República, o Ministério Público, que têm o dever de zelar pelo interesse público atuam com agilidade e sem sofrer obstrução por parte do governo federal.


 



No governo FHC, o Procurador-Geral da República foi alcunhado de ''engavetador geral''. Qualquer processo que caísse em suas mãos envolvendo algum figurão ia para as profundezas das gavetas. No governo Lula, quem quer que fosse, até  mesmo Ministros de Estado foram investigados e processados por iniciativa de várias instituições, como a Procuradoria Geral da República.


 



No que se refere ao episódio do chamado ''mensalão'' – peça de resistência do PSDB e do PFL – quase meia dúzia de CPIs foram instaladas. O presidente da República e o seu governo foram alvos de umas das maiores devassas de nossa história. Nada, absolutamente nada, se comprovou contra o presidente da República. Quanto aos erros e ilícitos cometidos por antigos dirigentes do PT, todos eles foram afastados. Uma nova direção da legenda foi eleita. Membros do governo, inclusive Ministros de Estado, mesmo sem culpa provada, se afastaram ou foram afastados de suas funções. Em outras palavras, o governo Lula ''cortou na sua própria carne'' para honrar o compromisso de zelo com os bens públicos.


 



Finalmente, é bom recordar que em outubro do ano passado, logo depois de eleito, o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, propôs aos líderes partidários a realização imediata de uma reforma política que buscasse cortar pela raiz  as práticas corruptas e ilícitas de campanha eleitoral. Qual foi posição do PSDB e do PFL? Foram contra, impediram a reforma, pois querem a continuidade desse atual sistema tão útil às ambições das elites uma vez que atuais regras favorecem a influência direta do poder financeiro sobre o resultado das eleições.


 


Ao bloquearem a reforma, ficaram nus. A folha corrida de muitos de seus líderes já não os credenciava para o tema da ética, mas ao impedirem a reforma, muita gente viu que o combate à corrupção na fala do PSDB e no PFL é apenas conversa da boca para fora.