Sem dispersão, todos juntos contra o golpe
As forças mais conservadoras e reacionárias do país, ligadas ao imperialismo e aos interesses dos grandes rentistas, se preparam para […]
Publicado 13/10/2015 12:11
As forças mais conservadoras e reacionárias do país, ligadas ao imperialismo e aos interesses dos grandes rentistas, se preparam para tomar o poder contra o voto popular.
Essa não é uma suposição, mas uma campanha aberta, com todos os requintes e detalhes que uma iniciativa desse tipo costuma ter. Estão mobilizados abertamente articulistas da grande imprensa, juristas conservadores, congressistas e até mesmo um simulacro farsesco de movimento social.
Para além disso, eles já apresentaram o programa de seu governo golpista. Como este portal demonstrou em uma série de matérias especiais, os tucanos já afirmaram que privatizarão o que resta de empresas estatais, entregarão o pré-sal, destruirão as garantias trabalhistas e acabarão com a estabilidade do funcionalismo público, dentre outros ataques à nação e aos trabalhadores.
Em resumo, a direita, de forma aberta e declarada, conduz um golpe e apresenta um programa de liquidação nacional para o governo que dele se oriunda.
Esse quadro de tremenda urgência impõe uma pauta praticamente única aos setores democráticos: impedir o golpe e o programa de liquidação da nação. Neste momento de crise extrema, de ameaça iminente, é preciso assertividade e agudeza: evitar o golpe é a mãe de todas as batalhas.
Apesar desse estado de emergência, ainda há setores da esquerda que, mesmo enxergando a ameaça do golpe, colocam a defesa do mandato da presidenta em meio a um cipoal de reivindicações variadas. A luta contra o golpe acaba sendo uma bandeira entre muitas, o que a enfraquece e a torna quase letra morta.
A dura verdade dos fatos é que todas essas aspirações e reivindicações parciais, embora justas, quando tiram a luta contra os golpistas do centro, acabam por confundir o lado de cá e facilitar o trabalho do inimigo.
Durante a Revolução Russa de 1917, no período entre fevereiro e outubro, quando ainda governava o reformista Kerensky, uma ameaça de golpe de direita pairou no ar. O General Lavr Kornilov, impulsionado pelas forças mais reacionárias do país, marchou contra o governo oriundo da revolução democrática de fevereiro. Lênin, que até então fazia dura oposição ao primeiro-ministro Kerensky, lançou uma palavra de ordem clara: “Com Kerensky, contra Kornilov”. A posição dos bolcheviques, que detinham grande influência naquele momento, foi decisiva para que o golpe da direita fosse desbaratado. Não fosse a clareza tática do líder revolucionário russo, talvez a Revolução de Outubro não tivesse sido vitoriosa.
Invocamos esse exemplo da história para dialogar com aqueles que têm reservas ou mesmo que fazem uma oposição de esquerda ao governo Dilma. Este é o momento no qual é preciso deixar as divergências em segundo plano diante da ameaça golpista que paira no ar.
O nosso chamado é para que todos os que consideram a derrubada da presidenta um golpe contra a democracia, por cima de qualquer outra divergência, se unam em uma contraofensiva firme para derrotar o golpe.