Com uma base forjada na compra de votos, cargos e favores, Temer tem um futuro incerto pela frente. Mesmo prometendo colocar em votação ainda este ano temas polêmicos, como a reforma da Previdência, o peemedebista terá de contar com o apoio irrestrito de figuras que já vêm se descolando do governo, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Por Christiane Peres
A presidenta eleita Dilma Rousseff manifestou seu apoio à Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, criada para protestar contra a venda do pré-sal brasileiro a estrangeiros, o que acontecerá em leilão marcado pelo governo para esta sexta-feira (27).
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) classificou como "desumana" e "retrocesso" a portaria do Ministério do Trabalho que altera os critérios de combate ao trabalho escravo.
Depois de obter uma vitória com cara de derrota, o governo – que tem 3% de aprovação – diz que vai retomar as articulações em torno da reforma da Previdência. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Henrique Meirelles (Fazenda) garantem que a prioridade da agenda do governo é retomar a tramitação da reforma, que foi interrompida no semestre passado com a apresentação da primeira denúncia contra Temer na Câmara.
Por Dayane Santos
Debochando do povo brasileiro, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que integra a tropa de choque do governo Michel Temer, comemorou com uma dança o resultado apertado da votação que salvou pela segunda vez a pele de Temer.
O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) decidiu, nesta quarta-feira (25), instaurar um processo de apuração de condutas contrárias aos direitos humanos por parte do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. A iniciativa foi motivada por “sistemáticas, persistentes e graves” condutas que dificultam a erradicação do trabalho escravo no país, de acordo com o colegiado. A decisão foi tomada pelo plenário do CNDH, reunido em Brasília na sua 31ª reunião ordinária.
A triste sina de um país que teve o poder político tomado de assalto teve mais um capítulo burlesco na noite desta quarta-feira: a maioria da Câmara cedeu aos assédios inconfessáveis do governo e livrou Michel Temer das investigações por formação de quadrilha e obstrução de justiça.
Michel Temer é considerado o presidente com maior taxa de rejeição do mundo,segundo pesquisa do grupo de análise política Eurasia. De acordo com a sondagem, que coletou dados a partir do mês de agosto, Temer detém 3% de aprovação popular, a menor em todo o mundo.
Depois de mais de 12 horas, num dia marcado por obstrução de opositores e falas de aliados em defesa da agenda golpista de Temer, a compra de votos ganhou. Por 251 votos contra 233, duas abstenções e 25 ausentes, Michel Temer se salvou pela segunda vez e ainda beneficiou os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral.
Por Christiane Peres
Vivemos a época com maior número de escravos na história. A afirmação, em entrevista à Agência Sindical, é do experiente historiador José Luiz Del Roio, também escritor e ex-senador pela Itália. Segundo Del Roio, que já foi exilado e viveu na condição de apátrida, “a ONU estima entre 50 e 54 milhões de pessoas escravas ou em condições assemelhadas à escravidão”.
Imagens registradas nesta quarta-feira (25) no plenário da Câmara dos Deputados pelo fotógrafo Lula Marques indicam uma conferência direta do pagamento de votos pelo governo Temer.
Para garantir os votos e rejeitar a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República, Michel Temer fez diversas promessas à bancada aliada, entre as quais a bancada ruralista que ganhou de presente uma portaria que acaba com a fiscalização de combate ao trabalho escravo no país.