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Barão de Itararé: Observações morais, satíricas ou irônicas

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O homem que se vende recebe sempre mais do que vale.
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Quem foi mordido de cobra até de minhoca tem medo.
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Sabendo levá-la, a vida é bem melhor do que a morte.
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As crianças atingem aos sete anos a idade da razão. Depois disso, começam a praticar toda espécie de loucura, até o juízo final.
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É mais fácil sustentar dez filhos do que um vício.
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Diplomata é um homem inteligente que consegue convencer a senhora que, com um casaco de pele, pareceria muito mais gorda.
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A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados.
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Queres conhecer o Inácio, coloca-o num palácio.
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O mal alheio pesa como um cabelo.
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El vivo vive del sonzo y el sonzo, de su trabajo.
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Há Cadilacs de oitenta cavalos, sem contar com o proprietário.
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Aquele senhor era tão tímido que até tinha vergonha de proceder honestamente.
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Desgraça de jacaré são essas bolsas de couro.
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A primeira ação de despejo de que se tem memória foi a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, fundamentada na falta de pagamentos de aluguel e comportamento irregular.
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Esporte é tudo aquilo que fazemos para deixar de fazer justamente aquilo que deveríamos fazer.
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Os homens são sempre sinceros. O que acontece, porém, é que às vezes trocam de sinceridade.
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Quem é mais porco? O porco ou o homem que come o porco?
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O médico militar é um doutor que examina rigorosamente o soldado para ver se ele está em perfeito estado de saúde para ir morrer no “front”.
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Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará cacete como o pai.
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Máximas e mínimas do Barão de Itararé
Barão de Itararé
Seleção e organização de Afonso Félix de Sousa
Editora Record – 2ª edição, 1986