Novo livro de Angélica Torres inspira-se na poesia japonesa

No livro, o leitor descobre uma arte dedicada, sobretudo, à contemplação da paisagem do Planalto Central. Estão ali descritas a beleza do Cerrado e a passagem do tempo com suas sombras e saudades

Poeta e jornalista Angélica Torres lança novo livro de poesia

A poeta e jornalista Angélica Torres Lima lança o livro Diminutos – haicai à brasileira (7Letras) no dia 9 de outubro, 2ª feira, a partir das 18h, no bar Beirute da 109 Sul, em Brasília.Esta é a primeira obra da autora inteiramente inspirada nessa tradicional poesia japonesa, porém adaptada ao estilo livre da autora, reunindo textos inéditos e alguns já publicados em livros anteriores, produzidos ao longo de seus 50 anos de experiência no ofício literário.

No livro, o leitor descobre uma arte dedicada, sobretudo, à contemplação da paisagem do Planalto Central. Estão ali descritas a beleza do Cerrado e a passagem do tempo com suas sombras e saudades, assim como a solidão da cidade com suas luzes, angústias e alegrias.

Evocações – Partindo de uma reflexão sobre o ofício de escrever e o diálogo da poesia com a Natureza, o livro faz uma jornada que evoca a do Gênesis bíblico, em sua forma — onde primeiro surge a tarde, depois a noite, até que se encontre a manhã — e num particular panteão poético, onde há ninfas e divindades gregas, como Zeus, Afrodite e Nix (a deusa da noite).

Iniciada no abrasador entardecer do Cerrado em seu período de seca, como a poeta conta a seguir, “hora áurea / o céu a terra abraça / entre eles: brasas”; e também: “língua de fogo: / centelhas ocultam / o idioma do arrebol”, a viagem atravessa a noite estrelada, até alcançar o esperado alvorecer – “turbilhões de estrelas: / colares faiscantes / à meia-noite”; e “fada perfumada / incensa a manhã: / flora no olfato”.                                                                                                                                    

Porém, a poesia em Diminutos não se fixa somente nas elevadas esferas olímpicas, mas também na solidão urbana da Capital — aquela em que o leitor descobre a música que consola, diante de amarguras e das injustiças nacionais: “jazz um blues em mim: / onde a bossa que reggae / o frevo da dor sem fim?”. E: “meninos de pé no chão: / uns com muitos brinquedos / outros sem nada nas mãos”.                                                                                                                                                             

Crítica e desenhos – Na apresentação, a crítica literária Clara de Andrade Alvim afirma: “No início de seu livro, Angélica sugere que seus haicais resultam da escuta das vozes da literatura e da natureza. Escuta da alma (…). Entretanto, nesses haicais, a paixão se encontra sempre temperada pela razão. Há, neles, uma espécie de combinação ideal entre a extrema sensibilidade e o domínio seguro dos versos – seja de seu conteúdo, seja de seu ritmo e sonoridade — que a autora maneja como mestra”.

Os desenhos que ilustram o livro são de Rômulo Andrade. Aluno das oficinas artísticas do antigo Galpãozinho da 508 Sul (atual Espaço Cultural Renato Russo) e formado em Artes Visuais pela UnB, o artista vive em Brasília desde 1975 e possui uma poética pictórica ligada aos sertões do Brasil, com foco no Cerrado.

Trajetória – Jornalista e editora radicada em Brasília, Angélica Torres tem 43 anos de trajetória profissional e 50 de poesia. Publicou até agora, além de Diminutos, também: Sindicato de Estudantes (1986), Solares (1988), Paleolírica (2000), O Poema Quer Ser Útil (2006), Luzidianas (2010) e O Nome Nômade (2015), todos de poemas.

Publicou também o relato jornalístico-teatral Koikwa, um Buraco no Céu (1999); a antologia Tributo ao Poeta (2010, org., vol. 2); o álbum Bravos Heróis – 50 anos de História dos Bombeiros no Planalto Central (pesquisa e texto) e o catálogo Severina dos Bichos (edição e textos), da artista popular Severina Gonçalves (2023). Integra ainda, como poeta, várias antologias, com destaque para a recém-lançada Dos 70 aos 70, de poetas da geração marginal brasiliense.

Diminutos – haicai à brasileiraDeAngélica Torres Lima. Lançamento em 09.10.2023, segunda-feira, a partir das 18h, no Beira Cultural do Bar Beirute (109 Sul). Selo: Editora 7Letras. 96 págs. Preço de capa: R$ 39. Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.

Equipe de produção do livro

Angélica Torres Lima – Autoria e coordenação editorial

Editora 7Letras – Produção editorial

Luana Marques – Produção executiva

Clara de Andrade Alvim – Apresentação crítica

Rômulo Andrade – Ilustrações

Gabriela Cardell – Fotos

Cristiano Torres – Assessoria de Imprensa

Maya Lima – Produção de lançamento