Bertolt Brecht foi um poeta inquieto, capaz de enxergar nas menores coisas a mão do trabalhador e a presença da injustiça. O Primeiro de Maio é uma boa data para a leitura do poema Perguntas de um trabalhador que lê.
Por José Carlos Ruy
"Craquenta, mão craquenta, craquenta, craquenta", e as lágrimas arrebentavam, grossas e mornas e ela enterrava os olhos na fronha e queria morrer e sofria todas as dores, porque ela tinha acabado de fazer quinze anos, amava e estava ali, no quarto frio do barraco, chorando, enquanto ele estava na festa e ela ali, com suas mãos craquentas, chorando lágrimas que nasciam ardidas, fruto de fogo brotando dos olhos azuis, sem agüentar a ausência, arrebentando de raiva das mãos: craquentas, craquentas.
O velho Lima, que era empregado – empregado antigo – numa das nossas repartições públicas, e morava no Engenho de Dentro, caiu de cama, seriamente enfermo, no dia 14 de novembro de 1889, isto é, na véspera da proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil.
Por Arthur Azevedo*
A antologia Trabalhadores do Brasil, organizada por Roniwalter Jatobá e publicada em 1998, apresentou um painel da literatura brasileira que descreve a condição operária. O próprio Roniwalter Jatobá, que organizou aquela coletânea, escolheu quatro entre os contos lá reunidos para homenagear os trabalhadores neste primeiro de maio. O Vermelho publica abaixo, um comentário exclusivo do autor sobre o livro em questão.
No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar.
Por Mário de Andrade, em Contos Novos
No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar.
Por Mário de Andrade, em Contos Novos
No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar.
Por Mário de Andrade, em Contos Novos
Em 1º de Maio de 1886, na cidade de Chicago nos Estados Unidos, uma grande greve geral dos trabalhadores, contou com a participação de mais de 800 mil trabalhadores que reivindicavam a redução da jornada de 16 para 8 horas diárias de trabalho e melhores condições de trabalho.
*Por Luiza Cordeiro
Leia abaixo os versos do grande poeta e revolucionário russo sobre o Primeiro de Maio.
Também no Brasil as comemorações do 1º de maio estão relacionadas à luta pela redução da jornada de trabalho. A primeira celebração da data de que se tem registro ocorreu em Santos, em 1895, por iniciativa do Centro Socialista, entidade fundada em 1889 por militantes políticos como Silvério Fontes, Sóter Araújo e Carlos Escobar.
O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889 por um congresso da Internacional Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Hoje, é celebrada em todo o mundo, menos no país onde sucederam os acontecimentos que a inspiraram, os EUA