Na América Latina, são realizados 6,5 milhões de abortos por ano, segundo o Guttmacher Institute (organização norte-americana voltada para direitos sexuais e reprodutivos) – a grande maioria são clandestinos, já que 97% da população vive sob leis restritivas. Os abortos são a causa de 10% das mortes maternas e da internação de 760 mil mulheres por ano por complicações resultantes de procedimentos inseguros.
Por Luiz Felipe Silva
Vestidas de preto, mais de 6 milhões de polonesas realizaram a maior manifestação de massa dos últimos anos. Elas tomaram as ruas do país contra a proposta de retirada de direitos nesta terça-feira (4).
Por Marcos Aurélio Ruy, no Portal da CTB
Em 2012 o Uruguai sancionou a lei que permite interromper a gravidez. O então presidente, José “Pepe” Mujica, afirmou à época que desta forma o Estado poderia acompanhar de perto a situação de mulheres que por diversos motivos precisaram recorrer a esta decisão extrema. O surpreendente para o Ministério da Saúde do país foi que o número de desistências de mulheres que pretendiam realizar um aborto aumentou em 30%.
Diante da repercussão do crime contra uma jovem de 16 anos estuprada por 33 homens no Rio de Janeiro, Michel Temer, que ocupa a Presidência da República, anunciou nesta sexta-feira (27), por meios das redes sociais, a criação de um departamento na Polícia Federal para coordenar o combate a crimes contra a mulher. Mas o deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo, assinou o projeto de lei que dificulta o atendimento médico das mulheres vítimas de abuso sexual.
Velas, flores e caixões para simbolizar milhares de mulheres que morreram em abortos clandestinos no país, fazem parte de uma instalação de protesto montada nesta sexta-feira (8) em em frente à 12ª Delegacia de Polícia, em Copacabana, no Rio. A delegacia coordenou ação que prendeu, na semana passada, uma paciente e dois médicos em uma clínica na cidade, sob acusação de prática do aborto, considerado crime no Brasil, com até 3 anos de prisão.
O aborto já é uma realidade no Brasil e a legislação conservadora está alinhando o país aos mais atrasados do mundo em relação ao tema. Nesse contexto, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão defende a legalização da interrupção da gravidez, especialmente com a ameaça do vírus zika e o risco de nascimento de bebês com microcefalia.
Médico mais popular do Brasil, conhecido por quadros na televisão, vídeos em redes sociais e best-sellers como Estação Carandiru, Drauzio Varella é categórico quando o assunto é a interrupção de gestações. "O aborto já é livre no Brasil. É só ter dinheiro para fazer em condições até razoáveis. Todo o resto é falsidade. Todo o resto é hipocrisia."
Renata Corrêa, roteirista do documentário Clandestinas, dirigido por Fádhia Salomão e produção de Babi Lope falou com o blog Viomundo e tratou sobre um tema ainda bastante polêmico: o aborto. Com base no documentário, Renata diz que infelizmente muitas mulheres escondem que fizeram aborto com medo de represálias dos médicos que "punem violentamente" a mulher que abortou.
Recentemente, uma onda vem tomando conta do país. Cansadas da opressão cotidiana, milhares de mulheres estão tomando coragem e se expressando em público, denunciando o papel secundário que foi imposto a elas, reflexo de uma sociedade historicamente machista e patriarcal.
Por Laís Gouveia
A senadora Ângela Portela, do PT de Roraima – estado com a maior taxa de estupros do país – avalia que a decisão de proibir a entrega da pílula do dia seguinte para mulheres vítimas de estupro, aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara Federal na última semana, é uma forma de penalizá-las mais uma vez, ao mesmo tempo em que dá impunidade ao agressor.
Mulheres, ativistas LGBT, estudantes e trabalhadores ocuparam a Avenida Paulista nesta sexta-feira (30) para protestar contra o projeto de lei (PL 5.069/13) transforma em crime contra a vida o anúncio de meios, substância, processo ou objetos abortivos.
A admissão do projeto de lei (PL) 5069/13 do deputado Eduardo Cunha pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados mostra como ainda não estão consolidados os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
Por Alyson Freire, no Outras Palavras