Sobraram críticas às ações do governo ilegítimo de Michel Temer e de sua base aliada contra a agricultura familiar na Comissão Geral que debateu, nesta quarta-feira (19), no plenário da Câmara, os desafios da agricultura familiar, as dificuldades para a sucessão nas pequenas propriedades com a manutenção dos jovens no campo e a aposentadoria do trabalhador rural.
A coordenação da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar no Brasil (CONTRAF BRASIL), vêm a público se manifestar diante dos inúmeros assassinatos ocorridos no estado do Pará, incluindo a morte do companheiro Adoaldo Rodrigues Barbosa, cruelmente assassinado por pistoleiros, que também deixaram outros feridos, nessa terça-feira (20).
Servidores públicos, agricultores familiares, lideranças de movimentos sociais e sociedade civil tentam barrar o desmonte na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ameaçada pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Vários estados estão realizando audiências públicas nas assembleias legislativas em defesa do órgão e a continuidade de seus serviços, que são fundamentais para a agricultura do País.
“Para o agronegócio, promessas de bom futuro; para a agricultura familiar e para os assentados da reforma agrária, o desmonte, rápido, sem trégua e total, executado em meio a promessas irresponsáveis, intenções fraudulentas e acenos enganosos que decisões, ações e omissões denunciam a cada dia.” Essa é a avaliação feita pelo ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e deputado Patrus Ananias (PT-MG), diante da proposta orçamentária do presidente ilegítimo Michel Temer.
Ex-membros da Cooperativa Orgânica da Agricultura Familiar (Coaf) admitiram pagamentos de propina a servidores públicos da Secretaria de Estado da Educação e políticos, em contratos da merenda escolar no governo Geraldo Alckmin (PSDB). “Do contrato da secretaria do estado (da Educação) todo mês sacava. Chegou a sacar R$ 1,3 milhão, no total, para pagar 'comissão'”, disse o ex-vendedor da Coaf Caio Pereira, durante depoimento à CPI que investiga a máfia da merenda na Assembleia Legislativa.
Em debate sobre projetos que tentam revogar a lei 7.802/ 1989, que regula o registro de novos agrotóxicos no país, a cozinheira Paola Carosella, apresentadora do programa de televisão Master Chef, afirmou que consumidores e pequenos agricultores não devem ser os principais responsabilizados pelo uso de agrotóxicos, mas sim o Estado brasileiro, que não incentiva de forma suficiente a agricultura orgânica e familiar.
Conhecer a origem do que você come vai além do papo saudável sobre comida. É isso (também) que ficou claro quando estive com integrantes do MST, durante a inauguração do Armazém do Campo, uma loja aberta no dia 30 de julho no bairro da Barra Funda, em São Paulo. No espaço mantido pelo movimento é comercializada a produção agrícola excedente dos assentamentos e também é possível encontrar outros produtos industrializados orgânicos – tudo a um preço justo.
Por Carla Castellotti
Em menos de três meses, o governo instalado a partir do golpe institucional em curso tem produzido um desmonte histórico das políticas públicas para a agricultura familiar, indígenas, povos tradicionais e para a reforma agrária. A perda de direitos e conquistas é diária e se amplia a cada ato publicado e a cada nova medida anunciada.
Por Elvino Bohn Gass*
No dia 25 de julho é comemorado o dia do agricultor e do motorista. A data, para a agricultura familiar, não é apenas de comemoração, mas de luta. Na data, em todo o país, foram organizadas manifestações pela manutenção de direitos já conquistados. Em Chapecó a manifestação foi realizada em frente à agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A cidade de São Paulo ganhará no sábado (30) uma loja de produtos agroecológicos oriundos da agricultura familiar. Sediado no bairro de Campos Elíseos, região central da capital, o Armazém do Campo reunirá itens vindos de assentamentos da reforma agrária ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Hoje, 25 de julho, é celebrado o Dia do Agricultor Familiar. Neste ano, a categoria, no lugar das comemorações realiza atos políticos com caminhadas e paralisações em todo o Brasil, para alertar das ameaças que o povo do campo sofre com as mudanças que o governo interino propõe e coloca em risco as conquistas dos seus direitos e o desenvolvimento agrário.
Nesta segunda-feira (25), movimentos rurais estão nas ruas de várias cidades. É o dia do trabalhador e da trabalhadora rural, do agricultor e da agricultora familiar.
Por Patrus Ananias*