Nas urnas, população goleou política quase idêntica à de Bolsonaro. Um dia depois, oligarquia financeira deflagra crise cambial e sugere: “Agora, quem vota somos nós”. Vêm aí lances decisivos para o futuro da América do Sul.
Por Antonio Martins
É importante dizer que Cristina Kirchner foi brilhante em sua tática de não ocupar a cabeça de chapa da Frente de Todos? Sim. Só isso explica a estrondosa votação nas primárias do dia 11? Não. Tem gente no Brasil perdendo tempo com a querela “Kirchner deu ou não uma lição em Lula”? Sim. Isso ajuda a entender o que está ocorrendo na Argentina? Não.
Um resumo diário das principais notícias internacionais
As eleições primárias da Argentina neste domingo (11), conhecidas como Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (Paso), apontaram o favoritismo da chapa Alberto Fernández-Cristina Kirchner para as eleições gerais de outubro. Na disputa de 2019 mais esperada, até aqui, na América do Sul, o atual presidente, o neoliberal Mauricio Macri, foi derrotado com uma diferença de cerca de 15 pontos.
Os argentinos irão às urnas neste domingo (11) para as eleições primárias. O processo, na teoria, deveria servir para definir os candidatos habilitados a participar das eleições presidenciais que ocorrem em 27 de outubro. No entanto, nenhum dos partidos indicou mais de uma chapa. Por isso, o pleito funcionará somente como uma espécie de pesquisa de intenção de voto, já que os cidadãos argentinos são obrigados a participar.
Um resumo diário das principais notícias internacionais.
Mauricio Macri tem quase todas suas cartas à vista. Não restam distraídos no nosso país, confusos também não.
Por Débora Mabaires, para Desacato.info.
“Seu ódio não é bem-vindo aqui”. Com essa palavra-de-ordem estampada em faixas e cartazes, milhares de argentinos foram às ruas de Buenos Aires nesta quinta-feira (6) para protestar contra a visita do fascistoide Jair Bolsonaro ao país.
Por Altamiro Borges*
Os serviços de transporte público estão parados, não há aulas e nem coleta de lixo. Os voos internos estão cancelados, e a atividade nos portos está parada. Um conjunto de temas é a motivação do protesto: a inflação alta (a previsão é que os preços subam 43,7% no país neste ano), a corrosão dos salários, o acordo que o governo fez com o FMI e outros temas econômicos. Os trabalhadores pedem medidas que proíbam a demissão de trabalhadores e novas regras para negociação de reajustes salariais.
Quando parecia que Cristina Fernández Kirchner ia ser a candidata presidencial do kirchnerismo e outros setores do peronismo, um vídeo tuitado por ela anunciava que seria candidata à vice-presidência, com o ex-chefe de gabinete de Néstor Kirchner, Alberto Fernández, como candidato a presidente.
Por Katu Arkonada*
Ex-presidenta Cristina será a vice na chapa de oposição ao neolibveral Maurício Macri.
Ela era uma das favoritas nas pesquisas.