Recordam-se de 2008? Da crise do subprime? Dos derivados tóxicos? Dos swaps? Dos produtos financeiros vendidos como depósitos a prazo que afinal eram participações em Fundos especulativos? Da "cartelização" da LIBOR entre 15 grandes bancos?
Por João de Sousa
O banco Itaú continua a aplicar uma política de demissões e fechamento de agências mesmo com continuidade dos altos lucros. Nesta semana, a instituição apresentou o balanço financeiro do terceiro trimestre do ano, que revelou lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, sendo que nos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido recorrente do banco foi de R$ 16,3 bilhões.
Bancos já fecharam 9.200 vagas este ano e seguem demitindo, principalmente os mais velhos, os mais antigos de casa e que ganham mais. Esses profissionais, de carreira e mais experientes, estão sendo substituídos por contratações por salário 58% menor. Tema do comentário de Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.
A economia vai mal, muito mal, mas os bancos brasileiros continuam acumulando lucros milionários. Mesmo assim, o setor bancário eliminou 9.258 postos de trabalho formais de janeiro a setembro, crescimento de 52,2% em relação a igual período de 2015 (6.084), segundo levantamento do Dieese.
O maior banco da Alemanha está no centro das preocupações do sistema financeiro mundial. As ações do Deutsche Bank já caíram mais de 50% nos últimos 12 meses, apesar de os executivos do banco garantirem que a empresa está financeiramente saudável.
A política de manter os bancos públicos com taxas de juros mais baixas, adotada pelos governos de Lula e Dilma, ficou no passado, desde a chegada de Michel Temer ao poder. Em algumas linhas de crédito, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal passaram a cobrar mais caro que instituições privadas. A justificativa é fazer frente à crise e aumentar a rentabilidade, deixando para trás o tempo em que os bancos públicos se preocupavam em estimular o consumo, contribuindo para o desenvolvimento.
Matéria publicada nesta sexta-feira (14) pelo The Wall Street Journal conta que o Deutsche Bank está com uma série de problemas e agrande causa seria uma multa que pode ter que pagar de 14 bilhões de dólares para encerrar um processo, nos Estados Unidos, ligado à venda de produtos lastreados em hipotecas antes da crise financeira. Há ainda uma longa lista de problemas regulatórios e a cotação de suas ações atingiu os menores níveis das últimas décadas.
Matéria publicada nesta segunda-feira (26) pelo jornal financeiro francês Les Echos conta que as ações do Deutsche Bank estão caindo 6% na bolsa atingindo um valor mínimo histórico de 10,62 euros. A explicação para a derrapagem é a notícia de que Angela Merkel descartou a possibilidade de ajudar a instituição nas conversas com as autoridades de justiça norte-americana, que querem aplicar uma multa histórica ao banco, no valor de 14 milhões de euros.
Roberto Von Der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), critica a postura dos bancos, que mesmo registrando lucros bilionários, mantêm sua política de desrespeito aos trabalhadores.
No entender do advogado Wilson Donizeti Liberati, expresso no artigo “Prioridade absoluta”, “enquanto não existirem creches, escolas, postos de saúde, atendimento preventivo e emergencial às gestantes, dignas moradias e trabalho, não se deveriam asfaltar ruas, construir praças, monumentos artísticos etc, porque a vida, a saúde, o lar e a prevenção de doenças são mais importantes que as obras de concreto que ficam para demonstrar o poder do governante”.
Por Marcos Fabrício Lopes da Silva*
A crise demorou, mas chegou aos bancos. Pelo menos é assim que o mercado financeiro reagiu à queda da lucratividade de Itaú Unibanco e Bradesco nos três últimos meses. Mesmo assim, no segundo trimestre do ano, tais instituições financeiras lucracam R$ 11 bilhões.
Em entrevista recente ao jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian e publicada no site The Intercept, o presidente Lula lembrou um fato que passa despercebido das pessoas: os criminosos que provocaram a grande crise de 2008 – a crise do subprime que teve origem nos Estados Unidos – jamais foram presos.