"Em meio à balbúrdia, Bolsonaro e seu séquito se vestem de “nacionalistas”, brandindo um visto temporário para o mundo do anticolonialismo com o intuito de enganar incautos e fugir da essência do problema".
“Estamos lidando com a ausência de uma política responsável para a região e precisamos olhar com atenção para os interesses que existem em torno da Amazônia. A agitação por parte do poder executivo do Brasil está levando o nosso país ao caos e é isso que deve ser combatido”.
Por Marcela Rodrigues e Luiz Rodrigues*
Lideranças políticas, empresariais e ambientais não descartam que o Brasil sofra algumas sanções internacionais por conta do aumento das queimadas e da postura bélica do governo Bolsonaro contra países europeus e ONGs com atuação na preservação da Amazônia. A situação deixa o país na iminência de perder mercado no exterior para os seus produtos, sobretudo do agronegócio.
O “capetão” Jair Bolsonaro, com a sua repulsa à preservação ambiental, o seu incentivo à violência e ao ódio e o seu “piriri verborrágico”, caminha rapidamente para se tornar um pária no planeta.
Por Altamiro Borges*
Por incentivar mineração em terras indígenas e agir para acabar com o Fundo Amazônia, um programa de combate ao desmatamento e de desenvolvimento sustentável, Jair Bolsonaro abriu a porteira da degradação ambiental na região.
A vida material fomenta a consciência social, que se expressa através de diversas correntes ideológicas e políticas. A extrema direita reflete um dos polos da desigualdade social em que estamos mergulhados. Projetou-se no semivazio decorrente do enfraquecimento da esquerda e segmentos progressistas em meio processo do golpe que afastou Dilma e fortaleceu-se com a eleição do capitão Bolsonaro.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) saiu em defesa do projeto de lei que criminaliza o abuso de autoridade nesta segunda-feira (19). A entidade acredita que o projeto representa um avanço para as garantias do direito de defesa e para a valorização dos advogados e, por isso, deve ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, que, no entanto, tem sido pressionado por outras entidades e políticos para vetar trechos da proposta.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) recorreu à Justiça Federal contra o decreto de Jair Bolsonaro que retirou os radares móveis de fiscalização de rodovias federais. “Ao invés de barrar a chamada ‘indústria da multa’, ele vai construir uma ‘indústria da morte’”, afirmou o senador.
Dois movimentos recentes de Bolsonaro sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), transferido para o Banco Central (BC), e desautorização para o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, escolher o chefe da superintendência da PF no Rio de Janeiro, foram analisados como ações no sentido de acobertar as investigações que envolvem seu filho o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Depois da polêmica com acusações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) contra o desaparecido político Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, documentos históricos mostram que o próprio Estado já inocentou Santa Cruz. Os documentos foram pesquisados pelo jornalista Eumano Silva e divulgados nesta segunda-feira (19) pelo portal Metrópoles.
Na imprensa alemã, reportagens trazem duras críticas à política ambiental de Bolsonaro e pregam punições ao país pelo aumento do desmatamento. A revista Der Spiegel diz que é hora de sanções e aponta: “A União Europeia não deve mais apoiar os projetos de florestas tropicais por meio da mudança climática como prega Jair Bolsonaro”.
As rusgas entre o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Justiça, Sergio Moro, começam a influenciar os planos da direita para as eleições presidenciais de 2022. Entre os aliados de Moro que torcem por uma aproximação com o governador paulista e provável presidenciável do PSDB, João Doria, há a avaliação de que Bolsonaro pode tudo, hoje, menos brigar com o ministro da Justiça.