"O fracasso da participação da comitiva brasileira em Davos não foi a única péssima notícia para o governo que promete ampliar as fronteiras do seu comércio internacional".
Por Wadson Ribeiro*
A imposição de barreiras e taxas, pela União Europeia, à importação de sete tipos de aço brasileiro, atitude que, de tanto se repetir, já se transformou, do ponto de vista histórico, em um fator recorrente na desigual relação comercial entre o Brasil e a UE, chega em um momento particularmente interessante das relações internacionais brasileiras.
Por Mauro Santayana
Bolsonaro e sua trupe estavam deslumbrados com a narrativa criada pela imprensa de que ele seria o "grande astro" em Davos. Quando esta mesma imprensa noticiou que sua participação no Fórum Econômico foi um fiasco, a trupe bolsonarista se revoltou. Some-se a isso o noticiário negativo envolvendo o filho mais velho do presidente e já temos a explicação do porquê a imprensa se transformou nesta semana em saco de pancadas do bolsonarismo nas redes sociais.
Inicialmente, os organizadores do evento lhe ofereceram trinta e cinco minutos. Ele recusou, pois tanto tempo não lhe seria necessário. Ficou combinada uma fala de quinze minutos, o suficiente para que o orador sintetizasse a grande novidade: os rumos que a extrema direita, excepcionalmente no poder através das urnas, pretende imprimir ao principal país da América do Sul.
O jornalista Luis Nassif, editor do jornal GGN e primeiro a alertar para a ligação da família Bolsonaro com as milícias do Rio, publicou em seu tradicional "xadrez" de análise política informações que reforçam o provável elo entre o senador eleito Flávio Bolsonaro e os milicianos que mataram Marielle Franco. Nassif também lista as frentes de batalha nas quais o governo está envolvido e acredita que, tudo somado, pode acabar dando em impeachment do presidente mais rápido do que se esperava
O presidente Jair Bolsonaro sinaliza estar disposto a abandonar o filho Flávio Bolsonaro à própria sorte para salvar seu mandato
Um resumo diário das principais notícias internacionais
Investigação sobre operações bancárias suspeitas envolvendo ex-assessor de Flávio Bolsonaro provocou o primeiro escândalo do novo governo. Entenda a cronologia dos fatos até agora.
Por Helena Chagas, no Os Divergentes
O governo do capitão ainda não completou um mês desde a sua posse. Mas já coleciona um número impressionante de escândalos políticos, contradições de propostas, denúncias de corrupção e bate-boca entre os principais integrantes de seu primeiro escalão.
Foi péssima, para não dizer constrangedora, a repercussão do discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Bolsonaro chegou com a expectativa de ser o "grande astro" do evento, mas terminou sua estreia carimbado como um presidende medíocre. "O Brasil é um grande país. Merece alguém melhor", disse o americano Robert Shiller, prêmio Nobel de Economia. "Ele me dá medo", insistiu.
O Fórum Econômico Mundial de Davos, em sua edição de 2019, não está muito concorrido por chefes de Estado e Governo. Faltaram Putin, Trump, Xi Jinping, Macron, Theresa May e outros.