Federações e sindicatos de bancários de todo o país realizaram na terça (17) e quarta-feira (18) atividades para alertar a população sobre a ameaça de abertura do capital da Caixa Econômica Federal e a importância de se manter a empresa 100% pública.
Taxar grandes fortunas, fazer uma reforma tributária que arrecade mais de quem ganha mais, cobrar dívidas de bancos e outras grandes empresas com a União. Não são poucas as saídas que o governo federal poderia encontrar para fazer frente à crise que o país, como o resto do mundo, atravessa. Mas as únicas que Temer e sua equipe buscam vão sempre contra o povo brasileiro.
Decreto publicado nesta terça (12) no Diário Oficial da União inclui a Lotex – responsável pela “raspadinha” – no Programa Nacional de Desestatização (PND). De acordo com o texto, “o BNDES será o responsável pela realização de todos atos necessários à consecução da desestatização do serviço”. A privatização da Lotex é mais um passo rumo ao desmonte da Caixa e, para funcionários do banco, ameaça os repasses sociais feitos pelas Loterias Caixa.
Empregados da Caixa Econômica Federal de todo o país realizaram nesta terça-feira (15) o Dia Nacional de Luta em Defesa do banco. Das 16 gerências de filiais da Caixa que cuidam do FGTS, apenas cinco continuarão em atividade, nenhuma no Nordeste. O fechamento atingirá mais de mil empregados em todo o país. Esse é apenas o primeiro passo da reestruturação. Ao todo, 131 unidades internas e administrativas serão fechadas. O banco vai passar de 424 departamentos para 293 até março de 2018.
Efeito da reforma trabalhista e da terceirização irrestrita no serviço público, retrocessos do governo Michel Temer, a Caixa Econômica Federal fez uma mudança no seu regimento interno, na última quinta-feira (3), que permite a contratação de funcionários sem concurso público. A norma RH 037, segundo o Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, pode prejudicar a realização de concursos, ou até mesmo a nomeação de candidatos já aprovados.
Um mês após o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, a Caixa Econômica Federal (CEF) reabriu hoje (17) o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), cujo objetivo é atingir a meta de adesão de 10 mil funcionários do banco. Esta é a segunda etapa aberta neste ano. Na primeira 4.429 funcionários aderiram o PDV.
A realização de uma campanha nacional em defesa da Caixa Econômica Federal 100% pública, o combate às reformas trabalhista e a defesa das eleições direitas foram algumas das resoluções aprovadas no 33º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), encerrado no dia 2 de julho, em São Paulo. O encontro teve a participação de 316 delegados e dos parlamentares Orlando Silva (PCdoB-SP), Lindberg Farias (PT-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP) e Paulo Teixeira (PT-SP).
Ataque do governo à Caixa tem significado 10 mil funcionários a menos, um plano de fechamento de mais de 300 agências, privatização de setores e suspensão de linhas de financiamento. Ruim para a população, pior para a economia.
O presidente da Aprece, Gadyel Gonçalves (PCdoB-CE), participou, na última terça-feira (14), de reunião com o Superintende Regional Norte e Sul do Ceará da Caixa Econômica Federal (CEF), George Gress. Na oportunidade foram discutidas formas de estreitar as relações entre os órgãos e realizar ações para desmistificar informações e desburocratizar os trâmites entre as gestões municipais e a Caixa.
Para Maria Rita Serrano, representante dos funcionários do banco no Conselho de Administração, ideia é usar estratégia “sem necessariamente abrir o capital ou vender em leilão como nos anos 1990”.
Por Eduardo Maretti
Em ação deflagrada na manhã desta sexta-feira (13), a Polícia Federal cumpriu mandato de busca e apreensão no endereço de Geddel Vieira Lima, braço direito de Michel Temer. O motivo é o esquema de corrupção descoberto na Caixa Econômica Federal (CEF) entre 2011 e 2013, época em que Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa.
Na quinta-feira, 12, aniversário da Caixa, mais uma vez os bancários vão protestar contra a arbitrariedade impostas pela direção do banco em relação às condições de trabalho e às tentativas de desmonte da instituição pública empreendidas pelo governo Temer.