O carnaval é tempo de festa e também de resistência. Por isso, diversos blocos estudantis vão ocupar os espaços públicos, ruas e avenidas com alegria, irreverência e pautas importantes para a construção de um Brasil melhor para todos e todas.
Sem dúvida o destaque da noite deste domingo (11) no carnaval do Rio de Janeiro foi a escola de samba Paraíso da Tuiuti que usou o desfile para fazer uma crítica social contundente ao golpe de Estado de 2016 e suas consequências.
Em tempos de folia, vale dar um mergulho na história e visitar os anos pré-abolicionistas do século XIX. Era época dos primeiros blocos e cordões carnavalescos, com motivos africanos e críticas à situação do Império, que insistia em manter o regime escravista. Aparecem clubes carnavalescos organizados por africanos, negros e mestiços, tais como Embaixada Africana, Pândegos da África, Chegada da África, entre outros.
por Fernando Paulino*
Relembre os sambas que levantaram o público nas arquibancadas e que se eternizaram como narrativa das problemas nacionais.
O desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro tem início neste domingo (11) e será será marcada por uma forte politização. Na Sambódromo, será a mais intensa observada em quase três décadas.
João Clemente Jorge Trinta cravou definitivamente seu nome na história da cultura brasileira em 1989 com o desfile da Beija Flor. O samba-enredo era “Ratos e Urubus, rasguem minha fantasia” e falava dos pobres que encontravam no Carnaval um dia de alegria.
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), protagonizou um dos momentos mais constrangedores do Carnaval paulistano neste sábado (11), ao tentar fazer uma foto com Zeca Pagodinho, que recusou o pedido para posar ao lado do tucano no Sambódromo do Anhembi.
Protestos e discussões políticas pautam, como nunca antes, escolas de samba, blocos e festas carnavalescas Brasil afora.
O sábado de Zé Pereira tem dono no Recife: o Galo da Madrugada. Este ano, o 41º desfile consolidou o reinado da maior agremiação do mundo segundo o Guiness Book. Cerca de dois milhões de pessoas, mais uma vez, lotaram ruas e pontes para acompanhar a festa.
O Centro do Rio de Janeiro foi tomado neste sábado (10) pela multidão. O Cordão da Bola Preta, o maior e mais antigo bloco da cidade, completa os seus 100 anos de história.
Os blocos e cordões carnavalescos são encarados com viés preconceituoso e historicamente perseguidos implacavelmente pela polícia, que sempre se esforçou para coibir os atos de “baderna”. Mesmo assim, resistiram e, como “massa de pão”, aumentaram após muita pancada. A avaliação foi feita pelo professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e autor do livro A Geografia do Samba na Cidade de São Paulo (Fundação Polisber), Alessandro Dozena.
Homenageado pela escola, o sambista, ao final do desfile em São Paulo, foi transferido direto do carro alegórico para o estúdio da emissora para conceder entrevista: “Infelizmente nós temos uma rede nacional no Brasil que monopoliza tudo, monopoliza inclusive a cultura brasileira, a política brasileira”, disse um integrante.