Pode-se considerar o dia 12 de maio como o inicio da retomada das mobilizações de estudantes no Chile. Justamente, nessa data foi convocada a primeira manifestação nacional dos universitários afiliados à Confederação de Estudiantes de Chile (CONFECH) e a partir dela os estudantes irromperam nos telejornais como uma voz renovada e poderosa contra a situação crítica em que se encontra a educação no Chile.
Por Fernando de La Cuadra*
Comunidades indígenas do Chile marcharam nesta segunda (10) em comemoração ao Dia da Resistência Indígena, que se celebra quarta-feira (12), em meio ao descontentamento pela ausência de avanços do governo em matéria de direitos dos povos originários.
Os líderes da Confech (Confederação de Estudantes do Chile) anunciaram neste domingo (9) uma nova greve nacional para os dias 18 e 19 de outubro. Eles lutam mais uma vez por uma educação pública, gratuita e de qualidade.
Depois do fracasso da mesa de negociações com o governo, na semana passada, e do aumento da repressão policial contra os protestos de rua, os estudantes chilenos recorreram neste fim de semana a um plebiscito nacional, como forma de resolver a crise que já dura cinco meses e mantém o país sob uma de suas mais graves crises políticas desde a redemocratização, em 1990.
Giorgio Jackson, líder da Federação de Estudantes da Universidade Católica do Chile, afirmou, nesta sexta (7), que dirigentes estudantis viajarão ao exterior para falar com "organismos internacionais" sobre suas demandas estudantis.
O presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre do Chile, Cristian Cuevas, ressaltou o significado histórico do plebiscito pela educação que acontece entre hoje e amanhã em todo o país sul americano.
A quinta-feira (6) foi marcada pelo clima tenso provocado pela repressão da polícia de Santiago (Chile) contra a 37ª marcha convocada pelos estudantes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), que terminou com repressão, 26 detidos e oito feridos, segundo um balanço preliminar da Intendência Metropolitana.
Após duas reuniões frustradas com o governo, os estudantes chilenos, que estão há cinco meses em greve pedindo mudanças no sistema educacional, decidiram abandonar a mesa de negociações. Eles acusam o ministro da Educação, Felipe Bulnes, de não fazer concessões em relação à gratuidade no ensino superior, principal demanda do movimento.
O governo chileno calcula que 12.423 pessoas vivam nas ruas do país atualmente, como revelaram dados divulgados hoje pela "Pesquisa Rua", que foi realizada a pedido do Ministério de Planejamento em 220 dos 342 distritos do Chile.
O governo chileno calcula que 12.423 pessoas vivam nas ruas do país atualmente, como revelaram dados divulgados pela "Pesquisa Rua", que foi realizada a pedido do Ministério de Planejamento em 220 dos 342 distritos do Chile.
Será instalada hoje uma mesa de diálogo entre o governo do Chile e os principais atores do Movimento Social por uma Educação Pública e Gratuita, defensores de mudanças estruturais no sistema sociopolítico. A negociação, no entanto, é marcada por diversos entraves.
A Confederação dos Estudantes do Chile (Confech) acusou o governo de tentar romper o diálogo com o anúncio de que as penas para quem ocupar as instituições de ensino serão aumentadas. Apesar disso, os estudantes ratificaram sua disposição em manter a conversa agendada para a quarta-feira (5).