"Aos que virão depois, realmente vivo em tempos sombrios. Uma linguagem sem malícia é tola, uma testa sem rugas implica indiferença. Aquele que ri apenas ainda não recebeu a terrível notícia.” Estas palavras, ditas por um já maduro Bertolt Brecht (1898-1956) diretamente à câmera, não são precisas quanto a um momento político ou histórico, embora possam se encaixar em passagens sombrias de sua vida.
Por Orlando Margarido, em Carta Capital
Estudantes e um produtor de documentários de Salvador iniciaram, na noite de ontem, o primeiro protesto contra o fechamento, previsto para 27 de janeiro, do Cine Belas Artes, que funciona na esquina da Rua da Consolação com a Avenida Paulista desde 1943.
Os cinéfilos de São Paulo acordaram no final desta semana de luto. Passado o período de festas e o Ano Novo, veio a público a notícia de que o Belas Artes fechará suas partas no próximo dia 27.
Desde 2005 a cota de tela para o cinema brasileiro era de 2 a 11 filmes por ano. Já em 2011, um decreto de 30 de dezembro, do presidente Lula, aumentou a cota para 3 a 14 filmes. É a maior cota já conquistada pelos filmes nacionais. Um cinema com vinte salas, por exemplo, deve exibir até 11 filmes nacionais diferentes por pelo menos 64 dias. A cota de tela é um instrumento utilizado por diversos países para aumentar a competitividade da indústria cinematográfica.
Aos 80 anos, completados em maio de 2010, Clint Eastwood vive uma década de ouro como diretor. Especialmente nestes anos 2000, muito embora outros de seus trabalhos impecáveis e premiados, como "Os Imperdoáveis", pertençam aos anos 1990.
O Belas Artes, um dos mais antigos cinemas de São Paulo, se prepara para as últimas sessões. No dia 30 de dezembro, uma notificação judicial avisou: o imóvel, na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação, tem de ser entregue até fevereiro.
O ano de 2010 foi emblemático para o cinema nacional. Produções locais conseguiram alcançar expressivos números de bilheteria e levar milhões de pessoas às salas de cinema em todo o país: Chico Xavier (3 milhões e 400 mil), Nosso Lar (mais de 4 milhões), e Tropa de Elite 2 (11 milhões) foram os principais responsáveis pelo fenômeno. Em 2011 o público pode se preparar porque a tendência deve se acentuar.
Não tem para ninguém – o grande filme estrangeiro do ano foi Vincere, do italiano Marco Bellocchio. No âmbito nacional, não se pode falar de 2010 sem citar o capitão Nascimento. Aliás, o tenente-coronel Roberto Nascimento, de Tropa de Elite 2, que já levou 11 milhões de brasileiros ao cinema. Bateu o antes imbatível recorde de Dona Flor e seus Dois Maridos com seus 10,7 milhões de espectadores conseguidos em 1976.
Por Luiz Zanin, em seu blog
Estamos às vésperas da comemoração dos trinta anos da estréia (em 1981) do filme Blade Runner, uma renovadora obra de ficção científica que antecipou a precarização do trabalho, o poder extraordinário dos executivos de grandes corporações capitalistas e deu vida, nos androides geneticamente preparado para árduo trabalho escravo, ao sonho empresarial de um trabalhador eficiente, programado e descartável.
Estão abertas até o dia 21 de janeiro de 2011 as inscrições para a seleção pública de Festivais de Música, Festivais de Cinema e Difusão de Filmes do Programa Petrobras Cultural (PPC). O programa reserva um total de nove milhões de reais para serem distribuidos entre as diversas categorias.
Quando a ficção científica se transforma em realidade. O filme de Riddley Scott se transformou num ícone de um futuro terrível e, hoje, muito do que ele registrou em forma artística passou a fazer parte do cotidiano de uma sociedade globalizada, empobrecida e ameaçadora.
Por Paco Arnau
Menos conhecido do que os seus vizinhos da Argentina, do Brasil e do México, o cinema equatoriano começou a despontar em 2010 com ajuda do governo e focalizando um tema comum: a imigração. O fenômeno é tratado em três filmes em cartaz no país, que contam histórias de imigrantes equatorianos que tentam viver em países europeus ou nos Estados Unidos. No entanto, trazem pontos de vistas diferentes sobre a situação que atinge 3 milhões de equatorianos – ou 22% da população do país.